Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
HENRIQUE BRANDÃO
HENRIQUE BRANDÃO O ano de 2024 começou com o mercado segurador lamentando a morte de quatro homens que, em suas áreas de atuação, foram importantes para o setor. 16 de Fevereiro de 2024O ano de 2024 começou com o mercado segurador lamentando a morte de
quatro homens que, em suas áreas de atuação, foram importantes para o setor:
Eduardo Vianna, ex-presidente da Bradesco Seguros, Álvaro de Magalhães,
fundador da corretora de seguros Interbrok, José Américo Peon de Sá, fundador
da Delphos, e Antonio Henrique da Cunha Bueno, ex-deputado federal e segunda
geração de grandes corretores de seguros.
Faz parte da vida. As pessoas nascem, crescem, deixam seus legados e
morrem. A vida é inexorável e segue um ritmo que nós não compreendemos, mas
temos que aceitar. A morte destes quatro homens deixa o mundo em volta deles
menor, mas não diminui o mercado, porque seus respectivos legados estão aí,
vivos, em contribuições relevantes, que serviram para aprimorar e desenvolver a
atividade seguradora nacional. Cada um a seu modo e no seu tempo contribuiu
para a consolidação de uma atividade fundamental para a segurança social.
Agora, o mercado perde mais um nome de peso. Henrique Brandão, o “eterno”
presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado do Rio de Janeiro,
acaba de nos deixar. A sua morte tira do campo de batalha um nome da maior
importância e que fará falta, especialmente neste momento em que o mercado
atravessa “um mar com ondas grandes”, com reformulações profundas prontas para
entrarem em cena.
A regulamentação e entrada em vigor da “Lei do Seguro”, a necessidade
urgente de um novo seguro obrigatório para acidentes de trânsito, o “open
insurance” (seja lá o que isso venha a ser) e outros pontos, como a revisão do
resseguro, exigem nomes com consistência, capacidade e credibilidade para
tratarem adequadamente de cada um deles.
Pela sua longa trajetória, pelo seu profundo conhecimento da atividade
seguradora, pela sua liderança como Presidente do Sindicato dos Corretores de
Seguros do Estado do Rio de Janeiro, pela sua proximidade com o universo
político, pela sua intimidade com nomes dos Três Poderes da República, Henrique
Brandão foi um homem que fez a diferença em vários momentos cruciais do mercado
e que fará falta no futuro próximo.
Não cabe aqui enumerar as vezes em que sua atuação foi decisiva para
resolver perrengues, divergências, faltas de sintonia, pontos de vista
diferentes e outros problemas que uma atividade econômica que movimenta meio
trilhão de reais por ano e emprega direta ou indiretamente mais de 300 mil
pessoas gera no seu dia a dia.
Henrique Brandão foi uma pessoa carismática, complexa, direta, muitas
vezes bruta na defesa de suas posições, mas, acima de tudo, foi um ser humano leal,
que nunca perdeu a noção de sua responsabilidade e da importância de seus
gestos para o desenvolvimento do mercado e bem-estar de cada uma das milhares
de pessoas que dependiam dele.
Henrique, meu amigo, sua morte me deixa triste. Ao longo de minha vida
cruzei com você nas mais diversas situações, do mesmo lado e em lados opostos,
e nunca vi você se portar mal. Discutimos? Com certeza! Faz parte do caminho
para a compreensão mútua e convergência de opiniões. Mas foi sempre em prol de
algo maior. Além disso, batemos papo, tivemos incontáveis conversas e você foi sempre
um grande companheiro. Que a eternidade te receba de braços abertos e que no
Paraíso você encontre a paz.