Ocupação da UTI dos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês chega a 95%
No momento em que o Brasil atinge 250 mil mortes por covid-19, a taxa de ocupação de leitos e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para casos do novo coronavírus em hospitais privados de São Paulo varia de 80% e 95%, conta o Valor Econômico. O que vem chamando atenção no volume de internações é a curva de alta ou, na melhor das situações, uma estabilidade num patamar considerado elevado. “Há uma preocupação em relação às próximas semanas em função das aglomerações no Carnaval”, disse Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein.
No
Einstein, o número de pacientes na UTI aumentou 17%, entre os dias 17 e 24
deste mês, ou seja, na semana seguinte ao feriado do Carnaval. Em outra grande
rede hospitalar, foi registrado um crescimento de 20% nos últimos dez dias.
“Não estamos no pico da primeira onda, mas falta entre 15% e 20% para
atingirmos. Mas esse crescimento recente é preocupante”, disse um executivo do
setor.
No
Hospital Alemão Oswaldo Cruz e na Beneficência Portuguesa, as taxas de ocupação
na UTI são de 92% e 95,7%, respectivamente. Apesar dos percentuais altos, os
hospitais destacam que têm condições de transferir leitos, que hoje estão
destinados a outros atendimentos, a pacientes com ou suspeita de covid-19, caso
haja necessidade. Mas hoje o patamar de internações gerais (incluindo todas as
enfermidades) já é elevado em muitos hospitais.
No
Albert Einstein, a ocupação total de leitos é de 90%. Na unidade paulista do
Sírio-Libanês, 95% das unidades de internação estão ocupadas. Já na unidade de
Brasília do Sírio, esse percentual é de 72%. Ambos, os hospitais têm leitos
ainda não operacionais que podem ser abertos. No HCor, 88% dos leitos e UTIs
destinados a casos de covid-19 estão ocupados. “Após um período de queda, nos
últimos 14 dias, o hospital registrou estabilidade na quantidade de pacientes
internados, com diagnóstico confirmado de covid-19”, informa boletim médico do
HCor, que tem 55 pacientes internados em leitos destinados ao novo coronavírus.
Nos
hospitais da Hapvida, operadora de planos de saúde que tem uma ampla rede
própria, a taxa geral de leitos ocupados, no interior de São Paulo, oscila de
70% a 80%, conforme a cidade.
A
situação mais crítica é em Araraquara, que está com 88% dos leitos dos
hospitais do grupo ocupados. A prefeitura da cidade prorrogou o lockdown total
por mais 78 horas. Serviços essenciais como mercados estão fechados e está
proibida a circulação de moradores e carros, sem autorização. A medida foi
adotada para controlar a transmissão da doença na cidade, que registrou mais de
dez casos da nova cepa.
Em outras
cidades do interior paulista, as taxas de ocupação nos hospitais da Hapvida
estão nas seguintes proporções: Ribeirão Preto (72,2%), Bauru (73,4%), Franca
(70,7%), Lins (70,2%), Sertãozinho (73,6%), São José (72,82%) e Limeira
(77,3%).
“Já
contamos com planos de expansão em ondas, conforme a necessidade. Há, também, a
transferência de equipamentos e de profissionais para outras unidades da rede,
de acordo com o aumento na demanda por serviços médico-hospitalares”, informou
a Hapvida. Em todo o país, foram registrados ontem mais 1.433 óbitos, superando
a marca de 250 mil, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa.