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Chuva dispara chamado de seguros em São Paulo

A Porto Seguro teve crescimento de 20% nos chamados ontem, em relação à média diária de 3 mil.

Valor Econômico - 12 de Fevereiro de 2020

O Valor Econômico relata que a forte chuva que atingiu a cidade de São Paulo na segunda-feira disparou os chamados para abertura de sinistros e solicitação de assistências nas seguradoras, principalmente relacionados aos carros que ficaram submersos e às casas que foram invadidas pela água.

A Porto Seguro, que tem 54% das receitas advindas do seguro de carro, teve crescimento de 20% nos chamados ontem, em relação à média diária de 3 mil. Segundo a companhia, especificamente em sinistros de alagamentos foram identificados 500 casos, número que não contempla veículos parados em garagens, cujos casos ainda estão sendo computados.

No caso da Youse, empresa de venda de seguros on-line da Caixa Seguradora, houve aumento de 196% no acionamento de seguro de automóvel na segunda, sendo 44% a mais de sinistros, em comparação ao mesmo dia de 2019. De acordo com a empresa, os sinistros por alagamentos e enchentes, que corresponderam a 2% do total em 10 de fevereiro de 2019, saltaram para 39% anteontem.

A corretora de seguros MDS, controlada pelos portugueses da Sonae e por acionistas da Suzano Holding, teve uma elevação de 40% nos chamados dos clientes com dúvidas sobre há a possibilidade de ativação do seguro para possível pagamento de sinistros ou prestação de serviços.

A maioria dos chamados dizia respeito ao seguro de automóvel, mas a empresa também trabalha com o residencial, que teve mais contatos relacionados às assistências. A MDS tem uma carteira com 300 mil residências, que somam perto de R$ 150 milhões em prêmios. No caso de automóveis, são 90 mil itens e R$ 400 milhões em prêmios.

“Em média, temos cem consultas por dia, mas ontem tivemos o maior acionamento de dúvidas para sinistros da história da MDS, porque a chuva impactou a cidade de São Paulo, que é bastante relevante para nossas operações”, afirma Thomaz Tescaro, vice-presidente de varejo e tecnologia da informação da MDS. Considerando a quantidade de chamados dos clientes, as coberturas dos contratos e o limite de indenização, a empresa estima os prejuízos com as enchentes em R$ 4 milhões somente no seguro automóvel em sua base de clientes.

Números mais claros sobre os prejuízos só devem ser levantados em 15 dias, quando as indenizações devem ser efetivamente pagas. Na atividade de corretagem, a companhia faz a ponte entre segurado e seguradora. Mas há clientes que costumam fazer os chamados diretamente às seguradoras. Baseado nisso, Tescaro diz que o número de chamados pode ter sido dez vezes maior do que os identificados pela MDS até o momento.

De acordo com os executivos consultados, os sinistros provocados pelas chuvas em São Paulo - e também em Belo Horizonte em janeiro - não devem ser suficientes para mexer nos preços do mercado. “Mas precisamos continuar a acompanhar para ver como se comportarão as chuvas neste verão”, diz Adriana Heideker, diretora executiva de sinistros da Zurich.

Diante dos eventos, a Zurich fez reposicionamento de guinchos para áreas afetadas, estendeu o horário de funcionamento das oficinas e instituiu a vistoria por imagem para acelerar a aprovação dos reparos. Em São Paulo, a empresa identificou 14 assistências e nove sinistros entre os dias 8 e 10 de fevereiro. Em Minas Gerais, foram 62 assistências e 81 sinistros entre os dias 19 e 31 de janeiro.