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Período turbulento ficou para trás, diz CEO do IRB

Companhia deve voltar a pagar dividendos nos próximos anos, segundo executivo

Valor Econômico - 04 de Abril de 2024

A consolidação do lucro líquido do IRB(Re) em 2023, após três anos de prejuízos seguidos, mostra que o período turbulento iniciado em 2020 ficou para trás, afirma o CEO Marcos Falcão ao Valor. O ressegurador completa 85 anos nesta quarta-feira e a companhia já vislumbra até mesmo a possibilidade de passar a distribuir dividendos em algum momento nos próximos anos. “Temos ainda um prejuízo acumulado a ser vencido e, quando isso ocorrer, poderemos começar a pagar dividendos”, afirma Falcão. “Torcemos para que 2024 seja um ano brilhante e a gente consiga zerar esse prejuízo”, complementa.

O IRB(Re) fechou 2023 com lucro líquido de R$ 114,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 630,3 milhões apurado em 2022. Houve crescimento de R$ 744,5 milhões na comparação anual. O resultado de subscrição no ano passado ficou positivo em R$ 155 milhões, revertendo número negativo de R$ 1,449 bilhão em 2022.

O vice-presidente de subscrição, Daniel Castillo, avalia que o ano passado marcou o fim da maior parte do trabalho de limpeza de carteira que vem sendo realizado desde 2021. “Eu diria que 2023 foi um ano da grande limpeza de carteira”, diz. “A gente se livrou de negócios que não deveríamos ter subscrito ao preço que foram assumidos, de negócios catastróficos nos EUA, na China, na Índia e no Caribe.” Conforme

Castillo, “a carteira do Brasil já está praticamente limpa”. Segundo o vice-presidente do IRB(Re), a meta de concentrar 80% dos contratos no Brasil deve mudar diante de oportunidades que têm sido observadas em mercados internacionais.

“No ano passado mapeamos oportunidades na América Latina. Mas, para nossa surpresa, muitas seguradoras na Europa mostraram interesse em fazer negócios com o IRB. Estamos chegando à conclusão que vamos crescer um pouco mais a participação internacional, com um mix de 70% dos negócios concentrados no Brasil, 20% na América Latina e 10% em outras partes do mundo, incluindo a Europa, que no entanto, provavelmente, alcançaria uma participação entre 2% e 3% dos negócios, uma parcela que não impacte se houver um grande sinistro.”

O executivo reforça que toda oportunidade precisa ser rentável para que a companhia faça qualquer subscrição. Castillo ressalta que o processo de renovação de contratos realizado na “janela” de janeiro teve resultados positivos. “Em janeiro e renovamos tudo o que a gente queria com preços algumas vezes até maiores. Janeiro foi muito bom, e fevereiro e março caminham na mesma direção.”

Outro foco no novo perfil do ressegurador brasileiro está no setor público. “Fechamos escritórios em Londres e Buenos Aires e abrimos em Brasília”, diz Falcão. “Nosso líder na capital federal, o João Rabelo, foi vice-presidente de governo no Banco do Brasil e conhece muito o setor agro também.”