Soluções para telemedicina no Brasil atraem investimentos milionários
A Veja relata que os bilionários fundos da General Atlantic e da Softbank despejaram nesta semana mais de meio bilhão de reais na startup brasileira Acesso Digital, que basicamente está centrada em autenticar as pessoas no mundo digital. A empresa já presta serviços para bancos, fintechs e lojas de varejos, ou qualquer empresa que queria fazer contratação de funcionários digitalmente.
Todos os produtos da empresa deslancharam com a pandemia e
a explosão do uso dos meios digitais. Mas a próxima rodada de produtos tem
destino certo: a telemedicina. Este é um setor que tem atraído não só os
olhares, como também investimentos dos grandes fundos internacionais, desde que
o governo brasileiro liberou as consultas à distância por conta da pandemia. E
não foi à toa que dois dos grandes aportaram 580 milhões de reais na Acesso.
“Os custos com saúde estão explodindo”, diz Matin Escobari,
co-presidente da General Atlantic, e que liderou o investimento na Acesso
Digital. Sua aposta é que as consultas virtuais vão ter uma demanda cada vez
maior, já que caiu no gosto do consumidor a facilidade de ser atendido de forma
remota, sem precisar tomar chá de cadeira nos consultórios. O fundo também
aportou, em julho, na Conexa, que faz teleconsultas.
O Softbank é outro que está atrás de investimentos na área
e investiu recursos na iClinic neste ano. Marcelo Claude, o executivo que cuida
dos investimentos do fundo para a América Latina, disse em um evento recente
que este é um setor que explodiu na China, inclusive com uso de robôs para
consultas que conseguem fazer diagnósticos muito mais precisos e que este é o
caminho para baratear o sistema de saúde dos países da América Latina.
A Acesso Digital não faz consultas, mas quer permitir que
médicos e pacientes sejam autenticados no processo, evitando assim fraudes
contra planos de saúde e garantindo a segurança do paciente. “Os planos de
saúde cobram de seus conveniados o preço das fraudes”, diz Martins, da Acesso.
A mesma lógica se dá na educação à distância: como confirmar que o aluno que
fez a prova é ele mesmo? Diante deste desafio, o fundador da Acesso já tem
destino certo para a dinheirama que entrou na conta da empresa: contratar
muitos engenheiros e comprar empresas que já tenham muitos engenheiros. A
empresa está com 100 vagas abertas e vai abrir mais 100 postos nos próximos 12
meses, segundo Diego Martins. Esta é uma missão difícil, segundo ele, porque as
grandes do setor já saíram na frente fazendo parcerias com as melhores universidades
brasileiras.
Hoje a Acesso já tem uma receita recorrente de 120 milhões
de reais por ano. Magazine Luiza, Santander e PicPay estão entre seus clientes.
Alguns produtos da Acesso são bem ousados para o consumidor final, como o
sistema de pagamento por biometria facial que as lojas Pernambucanas estão
testando em algumas lojas. Além da telemedicina, a Acesso também quer entrar no
setor de educação e de telecomunicações.