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Alfeo Marchi
Alfeo Marchi

Nova cultura do brasileiro impulsiona seguro de vida

Entrevista com Alfeo Marchi, diretor de mercado da MAG Seguros
08/06/2021

No início de 2021, a MAG Seguros registrou um crescimento de mais de 35% na contratação de seguro de vida ao mesmo tempo em que observou aumento de 36% em novos clientes com até 30 anos de idade. O resultado confirmou uma tendência que vem desde o ano passado, quando houve alta de 15% nas vendas novas na comparação com 2019.

Alfeo Marchi, diretor de mercado da companhia,  atribui o desempenho a uma “mudança de cultura e aumento da conscientização do brasileiro em torno do planejamento financeiro para o seu futuro”. De acordo com o executivo, a pandemia vem diminuindo a resistência história da população em investir parte da renda – “mesmo que seja pequena” – na segurança financeira. “O que acontecerá à minha família se eu faltar?”, as pessoas têm se perguntado, diz Marchi.

“Acreditamos que o seguro de vida continuará crescendo e ganhando cada vez mais espaço na vida dos brasileiros. Nós continuaremos a lançar cada vez mais produtos atendendo às diferentes necessidades e aos mais diversos nichos e perfis”, afirma o executivo.

Veja a entrevista a seguir.

Sindseg SP - A MAG percebeu aumento de interesse do brasileiro pelo seguro de vida durante a pandemia? Isso refletiu nos números de vendas e clientes?

Alfeo Marchi - A MAG Seguros apresentou um crescimento de 14% em vendas novas no ano de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019. Já no primeiro trimestre deste ano, a seguradora registrou aumento de 35,8% na contratação de seguro de vida risco no país. Essas altas refletem uma mudança de cultura e aumento da conscientização do brasileiro em torno do planejamento financeiro para o seu futuro. Isso porque, desde o ano passado, estamos sendo cada vez mais impactados pela necessidade de estarmos protegidos e isso fez com que as pessoas entendessem mais a real importância do seguro de vida.

Sindseg SP - Houve mudança na percepção de risco das pessoas?

Alfeo Marchi - Antes da pandemia, os brasileiros não possuíam a cultura de comprar seguros de vida devido a múltiplos fatores, sendo um dos mais importantes o legado cultural e comportamental de a maior parte das pessoas e famílias não investirem parte da própria arrecadação, mesmo que pequena, na sua segurança financeira.

A pandemia veio questionar esse conjunto de crenças e comportamentos com uma pergunta simples: “o que acontecerá à minha família quando eu faltar?”. Tendo que lidar com mortes diárias sendo noticiadas na televisão e nos jornais, muitos buscaram uma forma de garantir a segurança financeira da família, caso faltassem algum dia.

O setor brasileiro de seguros de vida segue crescendo, mas ainda tem uma contribuição muito baixa para o PIB, mesmo quando comparado com outros países da América do Sul. De acordo com o 7º Relatório de Análise e Acompanhamento dos Mercados Supervisionados (SUSEP), o percentual de prêmios de Seguros de Vida (Risco) sobre o PIB brasileiro foi de apenas 0,65% em 2019, refletindo uma contribuição para o PIB per capita de R$223. Esse percentual é acrescido pelos produtos de Acumulação, somando 2,43% do PIB (R$838 per capita).

Estes números refletem o enorme potencial de crescimento que o nosso segmento tem no país, principalmente no mercado de risco. Na realidade este é um comportamento característico de países em desenvolvimento, como o Brasil. Nos países desenvolvidos, o crescimento do PIB foi tipicamente acompanhado por um aumento da importância do segmento de Vida e Previdência dentro desse indicador.

Sindseg SP - Houve mudança no perfil dos clientes? E como os produtos estão sendo desenvolvidos para atender as novas exigências do público?

Alfeo Marchi - Percebemos um aumento da procura do seguro de vida por um público mais jovem. A seguradora registrou um crescimento de 36% de novos clientes com até 30 anos de idade quando comparado o primeiro quadrimestre de 2021 e 2020. Quando olhamos as coberturas mais contratadas por eles, podemos citar aquelas principalmente voltadas à sobrevivência e impacto de renda em razão de problemas com a saúde, como Diária por Incapacidade Temporária, Doenças Graves, Cirurgias e Diária por Internação Hospitalar.

Sobre o desenvolvimento dos produtos, a MAG Seguros tem um dos mais completos e flexíveis portfólios de seguro de vida individual e coletivo do mercado brasileiro, que atende a diversas necessidades frente aos quatro riscos sociais aos quais todos estão expostos: morte, invalidez, bem-estar e sobrevivência.

Os 186 anos de atuação ininterrupta no Brasil permitem que a companhia conte com larga experiência para desenvolver soluções modernas e aderentes aos diferentes perfis e conforme com o contexto socioeconômico do país.

No ano de 2020, a companhia lançou mais de 15 novas coberturas. Vale destacar a inédita linha Vida Toda Bem-Estar, que além de oferecer proteção de Doenças Graves, garante uma série de assistências para contribuir com que o segurado cuide se sua saúde, como a telemedicina.

Outro produto foi o Master Acidentes Domiciliares, voltado para garantir cobertura para pessoas 60+ diante de acidentes pessoais em casa. Esse seguro também oferece diversos serviços assistenciais, como a reorganização de móveis e instalação de barras de segurança no banheiro.

Sindseg SP - Como será o seguro de vida daqui a dez anos e como a MAG estará inserida nesse mercado?

Alfeo Marchi - Acreditamos que o seguro de vida continuará crescendo e ganhando cada vez mais espaço na vida dos brasileiros. Nós continuaremos a lançar cada vez mais produtos atendendo às diferentes necessidades e aos mais diversos nichos e perfis. A companhia também seguirá investindo forte em inovação e tecnologia, que está no nosso DNA. Em relação ao comportamento de mercado, entendemos que a indústria vai continuar apresentando uma alta de demanda e gerando cada vez mais oportunidades de negócios para as seguradoras nos diferentes modelos de negócio.