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Marcelo Farinha
Marcelo Farinha

Marcelo Farinha, presidente da FenaCap.

Um ano importante

Em 2019, o segmento de capitalização completou 90 anos de existência no Brasil enfrentando um cenário econômico adverso. Graças à sua resiliência e a um novo marco regulatório, o setor deve registrar crescimento.
15/01/2020

O ano de 2019 foi especial para o segmento de capitalização, conforme detalha na entrevista abaixo o presidente da FenaCap, Marcelo Farinha. No ano em que o segmento de capitalização completou 90 anos de atividades no Brasil, um novo marco regulatório entrou em vigor, com resultados bastante positivos, seja do ponto de vista da segurança jurídica e da transparência nas relações de consumo, seja no âmbito da arrecadação, que cresceu 11,4% entre janeiro e agosto. Com base no desempenho, a FenaCap reviu suas projeções de crescimento para o ano dos 6% inicialmente previstos para 12%. Veja a entrevista na íntegra:

NOTÍCIAS SINDSEG SP - Que análise o senhor faz do ano de 2019 para o setor de capitalização?

MARCELO FARINHA - Foi um ano bastante importante para a capitalização. Depois de mais de dois anos de discussões, o novo marco regulatório do setor, aprovado em 2018, entrou em vigor no mês de abril, trazendo mais segurança jurídica para as empresas e mais transparência às relações de consumo. As duas modalidades criadas pelo normativo, Instrumento de Garantia e Filantropia Premiável, que já existiam sob o guarda-chuva de outras (Tradicional e Incentivo, respectivamente), ganharam regulamentação própria e isso se refletiu de maneira muito positiva no mercado, contribuindo para o bom desempenho da arrecadação, que cresceu 11,4% entre janeiro e agosto, atingindo R$ 15,5 bilhões. Em setembro, a capitalização completou 90 anos de Brasil e isso evidencia a importância socioeconômica do setor, que se consolidou como um importante agente de captação da poupança popular.

NS – Quais foram os principais desafios enfrentados pelo setor nesse ano?

MARCELO FARINHA - Mesmo diante de um cenário econômico adverso, conseguimos retomar o crescimento do faturamento. Essa é a demonstração da resiliência do segmento. No momento mais agudo da crise, as famílias fizeram uso de suas reservas. No momento seguinte, as vendas são retomadas: efeito da confiança em dias melhores e da credibilidade da capitalização como mecanismo de acumulação de recursos. Além disso, foi também necessário responder ao desafio de adaptar os produtos às novas regras dentro do prazo. Em abril, data-limite para esses ajustes, 400 produtos haviam sido aprovados pela SUSEP.

NS - Quais foram as principais realizações da Federação neste ano?

MARCELO FARINHA - Além da adaptação ao marco regulatório, construído de maneira colaborativa com a SUSEP, a FenaCap ampliou seus investimentos em comunicação e relacionamento, buscando a aproximação com parceiros e fornecedores, por meio da participação em eventos como o FIFE-2019, e ampliando o diálogo com os consumidores, através dos nossos perfis nas redes sociais. O projeto de comemoração dos 90 anos da capitalização abrangeu várias ações, que se iniciaram durante a Conseguro, em setembro, com lançamento de um vídeo institucional, e se estenderam ao longo de outubro, com uma campanha específica no Facebook, no LinkedIn e no Instagram. O lançamento da edição atualizada do livro “Capitalização no Brasil, uma história de prosperidade, de Paulo Amador”, no dia 22 de novembro, também compõe a campanha.

NS - Que cenário a Federação prevê para o segmento em 2020? Que desafios esperam o setor no próximo ano?

MARCELO FARINHA - Com base no desempenho até agosto, revisamos para cima as projeções de expansão do mercado, que deverá avançar, no mínimo, 12% no ano, em vez dos 6% projetados inicialmente. Nossas reservas, que já alcançaram R$ 30,4 bilhões em agosto, deverão permanecer estáveis, mas com tendência de alta. Para o próximo ano, na expectativa de retomada do crescimento da economia, nossos esforços se voltarão para o aprimoramento da experiência dos clientes, com investimentos em novas tecnologias e lançamento de novos produtos e serviços em ambiente digital. Além disso, 2020 é o ano da entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de dados, que exigirá esforço adicional de todo o mercado.