Presidente do Sindseg SP
Expectativas de uma transição positiva para 2019
O presidente do Sindseg SP, Mauro Batista, destaca que o ano se inicia embalado por previsões para a economia muito melhores que as traçadas para 2018Expectativas de uma transição positiva para 2019
O presidente do Sindseg SP, Mauro Batista, destaca que o ano se inicia embalado por previsões para a economia muito melhores que as traçadas para 2018. No campo institucional, o Sindseg SP comemora um ano com muitas ações em diferentes campos, entre eles as adotadas para a disseminação da cultura do seguro.
Quais foram as principais atividades realizadas pelo Sindseg SP, no que se refere à sua atuação institucional?
O Sindicato, que tem um papel relevante em mostrar à sociedade e ao Estado a importância do seguro, mantém um processual mais ou menos contínuo. Todos os anos, estamos com os mesmos objetivos, buscando fazer as mesmas manifestações em favor da valorização do seguro. Para isso, precisamos manter uma interação muito importante com os corretores, algo que fazemos de maneira sempre cuidadosa porque, se em um dado momento temos um interesse único, que é vender seguros, em um segundo instante temos de buscar a convergência em questões como preços e remuneração dos corretores, por exemplo. Sempre será parte importante de nosso trabalho institucional assegurar que seja mantida uma boa relação com os corretores, dirimindo eventuais dificuldades que venham a surgir no dia a dia. Para isso, mantemos uma Comissão Intersindical, que reúne os representantes de seguradoras e corretores, na qual são levantados os problemas que podem gerar divergências entre as partes. Esse trabalho ficou, em 2018, mais uma vez muito acentuado. Outra frente na qual o Sindseg SP é muito proativo, e neste ano não foi diferente, é a interação com a área de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Neste ano, colhemos mais uma vez os frutos desse relacionamento. Contamos mais uma vez com um acolhimento fantástico do secretário Mágino Alves Barbosa filho e sua equipe em iniciativas que contribuíram efetivamente para o combate ao crime organizado. Em São Paulo, o roubo de veículos sempre apresentou como fator agravante a prática do latrocínio. Então, em razão da Lei do Desmonte, que construímos em conjunto há três anos, os efeitos sobre o combate a essa prática felizmente continuam a ser cada vez mais positivos. A curva do roubo de carros em São Paulo caiu drasticamente em relação a outras regiões do País. Essa diminuição, contudo, não se transformou em conformismo de nossa parte. O relacionamento com a Secretaria de Segurança Pública foi mantido e ampliado, a ponto de realmente termos uma sensação de dever cumprido, sem, contudo, nos acomodarmos. Temos uma assessoria técnica que está sempre rastreando movimentos da criminalidade por meio de mapas e gráficos. Esse trabalho se tornou um processo permanente aqui dentro.
O Sindseg SP vem ampliando também, ano a ano, a sua atuação em prol de um trânsito mais seguro. Como foi a atuação do Sindicato nessa frente em 2018?
O acidente de trânsito, que consideramos uma calamidade para o País, também foi algo que nos preocupou muito em 2018. São Paulo é campeão nacional nessa área, em função do número de carros que transitam no Estado. E a irresponsabilidade das pessoas tem levado a números funestos: no Brasil morrem, atualmente, cerca de 200 pessoas por dia em acidentes de trânsito. É como se caísse um avião diariamente. São Paulo tem um peso grande nessa estatística. Desenvolvemos um trabalho em parceria com os corretores a partir do Maio Amarelo (mês dedicado à conscientização sobre a importância do trânsito seguro). Maio passou, mas a luta pela vida continua. Então, não há mais mês para isso: estamos constantemente realizando uma campanha educacional na capital e nas cidades do Estado, mostrando que não se deve dirigir depois de fazer uso do álcool. Temos entre os slogans dessa campanha o que afirma que 'quando se bebe e dirige, alguém sempre se machuca'. Investimos em diversos tipos de campanhas, que abrangeram, por exemplo, a panfletagem em bares e restaurantes da Vila Madalena, bairro boêmio de São Paulo, e no Metrô. Temos uma posição de vanguarda no combate à falta de cuidados no trânsito, adotando uma campanha educativa que enfatiza que não se deve falar ao celular ao volante, não se deve dirigir depois de ingerir bebidas alcoólicas e que é preciso usar cadeirinhas para as crianças, entre outras medidas preventivas.
Em relação à disseminação
da importância do seguro, o que foi feito em 2018?
Focamos, neste ano, mais uma vez em educação escolar, em educação financeira, estabelecida em legislação nacional. Desenvolvemos juntamente com a Secretaria de Educação do Estado um projeto na área de educação que envolveu o uso da gamificação, dando continuidade a um programa que já tínhamos, o Educar para Proteger. Essa iniciativa se chama agora Vida Segura. O programa transmite noções de Previdência, de poupança, de controle da vida, oferecendo aos jovens um sentido preventivo, de não gastar tudo o que se ganha e saber que existem instrumentos de proteção. Esse trabalho envolveu um esforço muito grande de nossa parte. Na mesma linha deste programa de educação para os jovens nas escolas pública e privada, também temos um programa muito parecido, realizado junto às universidades. Demonstramos aos universitários, principalmente àqueles em fase de conclusão de seus cursos, a importância de conhecer mais de perto a atividade seguradora, seja para fazer uso dela em suas carreiras, ou, ao conhece-la, se transformarem em candidatos em potencial para atuarem na área. Outro trabalho desempenhado com grande intensidade pelo Sindicato em 2018 foi promover a disseminação da cultura do seguro de uma forma geral. Diversos seminários foram realizados aqui na sede do Sindseg SP, nos quais foram discutidos temas importantes em relação à vida humana, o que o seguro pode fazer, os novos riscos que não existiam e a sociedade começa a enfrentar, como são os casos dos riscos cibernético e oriundos de problemas ambientais e climáticos. Também abrangeram os seguros que evoluíram mais e que hoje tem maior importância, como os seguros de garantia e de responsabilidade. O Sindseg SP primou por incentivar essas discussões junto a associadas e a diversas lideranças do setor institucional do seguro. São ações que, muitas vezes, apresentam um efeito que não é tangível em um primeiro momento, mas que temos absoluta convicção de que consistem em um capital importante que surtirá, mais cedo ou mais tarde, um efeito extraordinário. Executamos também neste ano o programa Seguro em Todo o Estado, por meio do qual levamos a formadores de opinião nas cidades do interior e do litoral do Estado informações sobre a importância do seguro para a sociedade. Contamos como âncora nessa iniciativa o trabalho do professor Luiz Marins.
Na sua avaliação, como foi o ano de 2018 para o setor segurador?
No apagar das luzes de 2017, nossa expectativa em relação ao setor de seguros para 2018 era de muita pressão, mas muita pressão, mesmo. Estávamos diante de um País com 12 milhões de desempregados, um governo sem credibilidade e embates políticos no Congresso. O início da caminhada de 2018 foi nesse clima. O Estado de São Paulo mantém posição de destaque no setor segurador. Atualmente, o Estado responde por 30% a 35% da produção de riquezas do País. No tocante à indústria seguradora, o Estado é responsável por 40% a 45% do total - ou seja, temos aqui a geração de quase a metade do seguro do Brasil. Os números mostram a importância de São Paulo para o setor. Mas temos de ter cuidado com essas análises. Penso que a população de São Paulo, os políticos e os diretivos das empresas não podem entender que isso é um privilégio e que proporciona alguma distinção. Não deve haver um sentido de competitividade. São Paulo deve ser um Estado que se desenvolverá cada vez mais, desde que o Brasil também se desenvolva. O grande cliente de São Paulo é o restante do Brasil. Se tirássemos o Estado de São Paulo do País, ele perderia sua força. É preciso saber trabalhar com isso. À medida que o Estado se torna mais senhor dessa grandeza, os desafios são maiores.
O que se pode esperar para o ano vindouro?
Estamos chegando ao final do ano
com expectativas muito mais positivas para 2019 do que tínhamos em 2017 em
relação a 2018. Felizmente temos um cenário de transição à vista que, ao que tudo
indica, deverá transcorrer dentro da normalidade. Existe um otimismo na
população em geral em relação ao novo governo. E temos uma oposição que, embora
não se demonstre conformada com a derrota nas eleições, esperamos que venha a
fazer uma oposição responsável, de forma a pressionar o novo governo a ser
produtivo e coerente, melhorando o nível de desemprego, fazendo a reforma da
Previdência e a reforma política. De forma que, quem sabe, possamos chegar ao
final de 2019 com resultado nos números e também na formação e na educação da
cultura de seguros mais bem evoluída.