Diretor-executivo do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo
Inovação garante crescimento das receitas do setor
Apesar da redução do ritmo do crescimento econômico, a indústria seguradora vem mantendo um crescimento consistente.Houve uma reversão de expectativas em relação ao ritmo de retomada da economia brasileira neste ano. Qual é a sua expectativa em relação ao crescimento do faturamento da indústria seguradora nesse ano, considerando o cenário econômico?
Sim, houve essa reversão e isso pode ser constatado pelo que tem sido divulgado nos vários meios de comunicação do país, incluindo jornais, emissoras de rádio e TV. No entanto, o mercado de seguros, como tem ocorrido a cada ano, apresenta um crescimento consistente em sua receita de prêmios – em seu tamanho, principalmente das reservas técnicas, a garantia suprema da solvência do sistema. A esse crescimento podemos creditar o fato de que as seguradoras têm inovado permanente na oferta de novos seguros e coberturas e na maneira de atuar perante os seus segurados, criando, assim, uma confiança crescente em sua atuação, o que redunda na incorporação de novos clientes. É sabido que há uma expressiva faixa adicional de mercado a ser conquistada, fazendo com que sua participação percentual no PIB possa crescer ainda mais – o que tem acontecido!
Que segmentos da indústria seguradora estão demonstrando bom desempenho em vendas nesse ano? Que fatores determinaram esses desempenhos?
O segmento dos seguros de pessoas – o tradicional seguro de vida entre eles – tem mostrado um significativo potencial de crescimento. Outros seguros considerados tradicionais no mercado têm se beneficiado da criatividade e de novas ferramentas de marketing das seguradoras ao oferecerem novas e mais amplas coberturas em produtos já conhecidos pelo consumidor. A inovação a que se refere tem levado também as seguradoras a se lançarem em novos mercados, fazendo com que o crescimento da atividade se mantenha à frente do desempenho da economia.
Quais são os principais desafios que as seguradoras vêm enfrentando em
2018?
Os desafios das seguradoras estão relacionados com a natural propensão em expandir o mercado em face de uma economia que tem claudicado nos últimos anos quanto à sua expectativa de crescimento. A perda de poder aquisitivo da população – resultado de uma crise econômica sobrevivente – torna-se um fator inibidor da ampliação do mercado de seguros. No entanto, o mercado tem como seu maior desafio a capacidade de levar ao conhecimento da população os benefícios da contratação de um seguro, como garantia de preservação patrimonial e de tranquilidade da família. O desenvolvimento do mercado tem esse óbice e para enfrentá-lo é preciso trabalhar arduamente com o que se pode denominar “educação ou cultura do seguro”. A CNseg tem realizado um importante programa com esse objetivo, muito bem coadjuvada pelos sindicatos regionais com iniciativas permanentes nesse sentido. Outro aspecto importante também nesse processo de educação da população é valorizar e demonstrar a importância da prevenção ao risco. Essa consciência desagua automaticamente na busca de proteção e a necessidade daí surgida deve “dar de cara” na porta do mercado de seguros! Portanto, o esforço – e o seu principal desafio – das entidades representativas da categoria, e das próprias seguradoras, é perceber a importância desses aspectos, importantes insumos ao crescimento do mercado de seguros. Os corretores de seguros e suas entidades representativas – Fenacor e Sincor – exercem um papel fundamental nessa cadeia de consumo, como elo imprescindível na comercialização do seguro e difusor direto perante o consumidor.
Como o senhor vê as novas tendências que estão surgindo no setor, com mudanças no comportamento do consumo e o desenvolvimento tecnológico?
Como enfatizei acima, as
seguradoras estão atentas a essas novas tendências com a oferta de novos
produtos, nova postura perante o segurado e, para tanto, como mencionei também,
se esforçam para preencher essas lacunas da demanda surgidas com o
desenvolvimento tecnológico e os novos comportamentos do consumidor. Tais
comportamentos – volto a frisar – devem ser motivados também pela aquisição de
conhecimento dos benefícios de estar protegido por uma apólice de seguro. O
“produto” seguro é um “bem intangível”, de uso não desejado. Por isso, esse
fator psicológico tem de ser levado em conta no sofá da análise que busca o
melhor tratamento a ser dado no desenvolvimento desse importante segmento da
atividade econômica e social – em qualquer nação que preze a harmonia em seu
funcionamento.