Antonio Penteado Mendonça
Antonio Penteado Mendonça

Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras

UM CENÁRIO INTERESSANTE

É importante de tempos em tempos darmos uma olhada no que está acontecendo. Vale para o mundo a nossa volta e para nossas vidas. 16 de Maio de 2025

É importante de tempos em tempos darmos uma olhada no que está acontecendo. Vale para o mundo a nossa volta e para nossas vidas. Ter uma ideia próxima da realidade é sempre bom, em primeiro lugar porque não somos surpreendidos pela maioria dos eventos e, em segundo, porque temos tempo para nos preparar para eventuais imprevistos.

É assim que eu gostaria de entrar no tema do futuro do mercado segurador brasileiro. Mercado que cresceu bem acima do crescimento nacional e que não tem nada que indique uma mudança de rumo, pelo menos no curto e médio prazo. Os números seguem robustos e apontam que a meta de atingir um faturamento equivalente a 10% do PIB em 2030 é factível. Com certeza, não será fácil, mas é um alvo alcançável, apenas com o desenvolvimento dos seguros já existentes e que têm um enorme potencial de crescimento, especialmente porque o país está indo bem, a taxa de desemprego é a menor das últimas décadas e a remuneração média está em alta.

Temos uma crise potencial no horizonte? Com certeza. A política norte-americana está balançando de um lado para o outro, o comércio internacional está diante de uma realidade completamente diferente do que se viveu nos últimos 80 anos, o protecionismo entrou na ordem do dia e por aí vamos, inclusive com a ameaça de uma recessão decorrente do que já foi feito para desmontar a ordem vigente até agora.

Por outro lado, as dificuldades podem se tornar oportunidades, especialmente para o Brasil que tem produtos que podem ter aumento de demanda em função dos problemas entre Estados Unidos e China e outros movimentos que podem nos ser favoráveis. Se o país seguir sua tradição de pragmatismo em política internacional, as chances de nos darmos bem são reais e isso vai aquecer mais o mercado segurador que terá que atender as necessidades de proteção consequentes da expansão comercial.

É aqui que eu quero entrar no outro lado do plano de crescimento do setor. O mercado crescer é ótimo para ele próprio, para o país e para a sociedade. Mais faturamento quer dizer melhores resultados, mais empregos, mais corretores de seguros e mais segurados. Esse é o ponto, mais segurados quer dizer mais indenizações, ou seja, o mercado estará atendendo um número maior de pessoas e empresas que precisam da proteção das apólices de seguros. Em outras palavras, a sociedade brasileira estará mais protegida e não terá necessidade de desinvestir sua poupança para pagar o custo das perdas resultantes dos eventos danosos.

O impressionante neste movimento – e que pouca gente fala - é que o plano de crescimento do setor projeta que em 2030 as indenizações atingirão patamar de pagamentos semelhante ao faturamento atual do mercado de seguros. 6% do PIB será utilizado para pagar indenizações e refazer a capacidade de atuação e o patrimônio nacional, perdidos em eventos que causem prejuízos de todas as naturezas.

O que fica claro nesse sobrevoo sobre o que vai pelo mercado segurador é que cada vez mais, mais brasileiros estão se valendo do seguro para garantir sua qualidade de vida e de sua família, para não falar no aumento da proteção empresarial. E a tendência é esse número seguir crescendo consistentemente. Isso é bom para todos.