
Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
UM CENÁRIO INTERESSANTE
É importante de tempos em tempos darmos uma olhada no que está acontecendo. Vale para o mundo a nossa volta e para nossas vidas. 16 de Maio de 2025É importante de tempos em tempos darmos uma olhada no que está
acontecendo. Vale para o mundo a nossa volta e para nossas vidas. Ter uma ideia
próxima da realidade é sempre bom, em primeiro lugar porque não somos
surpreendidos pela maioria dos eventos e, em segundo, porque temos tempo para
nos preparar para eventuais imprevistos.
É assim que eu gostaria de entrar no tema do futuro do mercado segurador
brasileiro. Mercado que cresceu bem acima do crescimento nacional e que não tem
nada que indique uma mudança de rumo, pelo menos no curto e médio prazo. Os
números seguem robustos e apontam que a meta de atingir um faturamento
equivalente a 10% do PIB em 2030 é factível. Com certeza, não será fácil, mas é
um alvo alcançável, apenas com o desenvolvimento dos seguros já existentes e
que têm um enorme potencial de crescimento, especialmente porque o país está
indo bem, a taxa de desemprego é a menor das últimas décadas e a remuneração
média está em alta.
Temos uma crise potencial no horizonte? Com certeza. A política
norte-americana está balançando de um lado para o outro, o comércio
internacional está diante de uma realidade completamente diferente do que se
viveu nos últimos 80 anos, o protecionismo entrou na ordem do dia e por aí
vamos, inclusive com a ameaça de uma recessão decorrente do que já foi feito
para desmontar a ordem vigente até agora.
Por outro lado, as dificuldades podem se tornar oportunidades,
especialmente para o Brasil que tem produtos que podem ter aumento de demanda
em função dos problemas entre Estados Unidos e China e outros movimentos que
podem nos ser favoráveis. Se o país seguir sua tradição de pragmatismo em
política internacional, as chances de nos darmos bem são reais e isso vai
aquecer mais o mercado segurador que terá que atender as necessidades de
proteção consequentes da expansão comercial.
É aqui que eu quero entrar no outro lado do plano de crescimento do
setor. O mercado crescer é ótimo para ele próprio, para o país e para a
sociedade. Mais faturamento quer dizer melhores resultados, mais empregos, mais
corretores de seguros e mais segurados. Esse é o ponto, mais segurados quer
dizer mais indenizações, ou seja, o mercado estará atendendo um número maior de
pessoas e empresas que precisam da proteção das apólices de seguros. Em outras
palavras, a sociedade brasileira estará mais protegida e não terá necessidade
de desinvestir sua poupança para pagar o custo das perdas resultantes dos eventos
danosos.
O impressionante neste movimento – e que pouca gente fala - é que o plano
de crescimento do setor projeta que em 2030 as indenizações atingirão patamar de
pagamentos semelhante ao faturamento atual do mercado de seguros. 6% do PIB
será utilizado para pagar indenizações e refazer a capacidade de atuação e o
patrimônio nacional, perdidos em eventos que causem prejuízos de todas as
naturezas.
O que fica claro nesse sobrevoo sobre o que vai pelo mercado segurador é
que cada vez mais, mais brasileiros estão se valendo do seguro para garantir
sua qualidade de vida e de sua família, para não falar no aumento da proteção
empresarial. E a tendência é esse número seguir crescendo consistentemente. Isso
é bom para todos.