
Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
O SETOR ANTENADO
O setor de seguros tem tido um desempenho acima da média nacional. Mesmo nos anos recentes, a atividade cresceu em patamares importantes, ainda mais na comparação com os demais setores econômicos. 06 de Outubro de 2023O setor de seguros tem tido um desempenho acima da média nacional. Mesmo
nos anos recentes, a atividade cresceu em patamares importantes, ainda mais na
comparação com os demais setores econômicos. Na base estão dois fatores: a
demanda por seguros e a oferta de produtos mais modernos, desenvolvidos pelas
seguradoras. Além disso, vale ressaltar a ação dos corretores de seguros, o
principal canal de distribuição do mercado, que vão se modernizando e se profissionalizando
para conseguir o máximo de eficiência na distribuição das apólices.
Este ano não será diferente. Ao contrário, o crescimento do mercado deve se
aproximar de 9%, muito acima do crescimento da economia nacional, previsto para
se situar na casa dos 3%.
O Brasil volta a ser uma das dez maiores economias do mundo, mas está
colocado num modesto décimo oitavo lugar entre as nações que mais contratam
seguros. Tem quem vai dizer que é ruim, mas tem quem vai ver as oportunidades
deste quadro. O mundo anda para frente e não ter até agora quer dizer que é
possível ter amanhã. Ou seja, o mercado tem enorme potencial de crescimento.
Mais ou menos 20% da frota de veículos é segurada. A imensa maioria das residências
não tem seguro de nenhuma espécie. A maioria das empresas não tem seguros ou,
se os tem, são insuficientes ou mal contratados. O grosso das operações de
transporte não é segurada. A maioria da população não tem seguro de vida e
acidentes pessoais. Os planos de saúde privados atendem 50 milhões de pessoas e
os de previdência complementar aberta têm 15 milhões de investidores.
Diante dos números do país, há um universo para ser trabalhado, ficando
apenas nos seguros tradicionais. Se esses números crescerem 10%, o faturamento
da atividade salta bastante e se somarmos a eles os novos produtos, como
seguros para o agronegócio ou para garantia das obras de infraestrutura, salta
ainda mais, com possibilidade de dobrar o faturamento do setor em poucos anos.
Por conta disso, a atividade está aquecida e o sucesso da FIDES
(Conferência Hemisférica de Seguros), acontecida no Rio de Janeiro, e do CONEC
(Congresso dos Corretores de Seguros de São Paulo), em plena realização em São
Paulo, são a prova de que ninguém está dormindo de touca, ao contrário, a hora
é de acelerar fundo e aproveitar a onda para se aperfeiçoar, adquirir
tecnologia e conquistar novos negócios.
O CONEC recebe um público perto de dez mil pessoas e a FIDES recebeu mais
de duas mil. Dadas as características dos dois eventos, pode-se dizer que são
os melhores resultados da história. De outro lado, a maior seguradora
brasileira deve fechar o ano ultrapassando a casa dos cem bilhões de reais de
faturamento. É número para ninguém colocar defeito e que deve sinalizar a
elevação das reservas técnicas do mercado para algo próximo de dois trilhões de
reais, consolidando o setor como o maior financiador do Governo Federal.
Se para baixo todo santo ajuda, o mercado segurador está antenado e
aproveitando a hora para se consolidar, crescer e oferecer cada vez mais
proteção para a sociedade brasileira. Os desafios são imensos, mas, com
profissionalismo e competência, com certeza serão vencidos, dando ao Brasil a
proteção social que ele merece.