
Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
VAMOS AUMENTAR A CAPILARIDADE
Conversando com o conhecido segurador Nilton Molina, nós concordamos que o Brasil tem aproximadamente cinquenta milhões de pessoas com capacidade para contratar seguros. 19 de Maio de 2023Conversando com o conhecido segurador Nilton Molina, nós concordamos que
o Brasil tem aproximadamente cinquenta milhões de pessoas com capacidade para
contratar seguros. É aproximadamente um quarto da população nacional, o que
poderia levar à interpretação incorreta de que não é muita gente. Mas é.
Cinquenta milhões de pessoas é a população da Inglaterra, é mais do que a
população da Espanha ou quatro vezes mais do que a população portuguesa. E esse
universo de pessoas está aí, a maioria sem seguro ou mal segurada.
Esta é a notícia boa. O Brasil tem um enorme potencial de crescimento
para os produtos oferecidos pelo setor de seguros. Não foi por outra razão que,
capitaneado pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), o mercado acaba
de lançar o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros.
O plano é ambicioso e pretende apresentar um outro cenário no começo da
década de 2030. E ele é factível. Com a atual falta de penetração dos produtos
do setor nas mais variadas camadas da sociedade, adotando as medidas corretas,
alcançar o patamar proposto pelo Plano não é impossível. É complexo e exige uma
imensa capacidade de mudança de postura diante da realidade nacional, mas ele
pode se tornar realidade.
Para isso é indispensável que o seguro, as seguradoras, os corretores de
seguros e os produtos do setor sejam melhor conhecidos pelos brasileiros.
Atualmente, só uma camada reduzida da população sabe com um pouco mais de profundidade
o que é e para que serve o seguro.
Investindo em comunicação objetiva, descomplicação dos produtos, desde a
venda até o pagamento da indenização, simplificação da linguagem e ações de
marketing junto a todas as camadas sociais, independentemente de poderem ou não
contratar seguros, a atividade tem tudo para rapidamente dobrar de tamanho, com
um dado importantíssimo: o total das indenizações a serem pagas será muito mais
expressivo do que é atualmente. E hoje nós falamos de mais de trezentos bilhões
de reais pagos anualmente através de indenizações, resgates, pecúlios e outras
formas de remuneração adotadas pelas empresas do setor.
Não adianta tentar alcançar toda a sociedade. Mais de cem milhões de
brasileiros estão próximos da linha de pobreza, recebendo até um salário mínimo
por mês. Essas pessoas com certeza estão fora do foco de médio prazo do
mercado. Mas se os cinquenta milhões de brasileiros que podem contratar seguros
forem sensibilizados pelas vantagens que o setor oferece e pelos benefícios que
a garantia da reposição do patrimônio e da capacidade de atuação geram, com
certeza o mercado segurador terá um desenvolvimento rápido e constante ao longo
dos próximos anos. É claro que seguradoras, resseguradoras e corretores de
seguros se beneficiarão desse desempenho, mas, mais do que eles, quem vai
ganhar de verdade é a sociedade brasileira. Protegida por apólices modernas, os
prejuízos apavorantes que atualmente cobram um preço caríssimo serão
minimizados para patamares suportáveis, melhorando o desempenho de toda a
economia e a qualidade de vida da população.