
Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
A RETOMADA DA CONQUISTA DO ESPAÇO
Há cinquenta anos, os Estados Unidos encerravam o Programa Apolo, que levou o ser humano a deixar os limites do planeta para pisar na Lua. 13 de Janeiro de 2023Há cinquenta anos, os Estados Unidos encerravam o Programa Apolo, que
levou o ser humano a deixar os limites do planeta para pisar na Lua. Entre a
Apolo 11 e a Apolo 17 passaram-se poucos anos, mas foram suficientes para
mostrar a imensa capacidade e o engenho humano focados numa tarefa específica:
colocar os pés na Lua. E as marcas das solas dos astronautas estão lá, da mesma
forma que os padrões portugueses confirmando as viagens de seus navegantes.
Agora, o Projeto Artêmis retoma a saga interrompida, não como sua
continuação, mas como um novo desafio, nascido do sucesso anterior, e se
prepara para novamente levar o ser humano para fora dos limites de nossa
atmosfera, voltando à lua, desta vez com pretensões de se estabelecer
permanentemente no nosso satélite e de lá partir para voos mais longos, como
uma já em planejamento viagem tripulada para Marte.
Por trás do projeto, há muita tecnologia transformando o sonho em realidade.
Há poesia na aventura das viagens espaciais. Há equipamentos altamente
sofisticados dando vida às espaçonaves e aos dilemas da ficção científica.
Qual o limite humano? Essa a grande questão a ser respondida, a partir do
momento em que o projeto se mostra viável e diante da certeza de que, em pouco
tempo, em vez de bonecos, astronautas estarão sentados nos assentos da cápsula
que os colocará na Lua.
Um projeto desta magnitude custa bilhões de dólares. Tem como
responsável, evidentemente, o governo norte-americano e suas agências, mas
envolve também centenas, se não milhares, de empresas privadas, responsáveis
pelas diferentes partes do programa, desde o fornecimento de um pequeno
parafuso até o desenvolvimento, montagem e operação da complexa e sofisticada
inteligência artificial necessária para gerenciar e viabilizar a viagem.
Os riscos envolvidos são gigantescos. E a possibilidade de acidentes não
depende do valor de cada contrato, nem da sofisticação das tecnologias
envolvidas. Uma porca ou uma mera arruela com defeito pode causar danos mais
catastróficos do que o apagão do sistema de navegação da nave.
A ordem de grandeza envolvida é gigantesca. Desde o planejamento e
desenvolvimento de todos os equipamentos necessários até sua entrega,
instalação, montagem e operacionalização, há uma longa cadeia composta por
riscos extremamente complexos e difíceis de serem quantificados e outros muito
simples, como a quebra de um pequeno parafuso, mas capazes de comprometer todo
a operação.
Pouca gente deve ter acesso ao programa de proteção e gerenciamento de
riscos do Programa Artêmis em todas as suas etapas, mas com certeza o setor de
seguros está oferecendo as garantias necessárias para que o projeto possa ser
desenvolvido e implementado. Sem a garantia de apólices desenhadas para os
diferentes riscos envolvidos não há como se desenvolver um projeto dessa dimensão.
Nenhuma empresa privada no mundo tem condições de participar deste programa sem
a proteção garantida pelo setor de seguros.