
Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
UMA NOVA SUSEP
O encontro do setor de seguros com a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), promovida pelos sindicatos dos corretores de seguros e das seguradoras do Estado de São Paulo, no último dia 18, foi um sucesso. 22 de Abril de 2022O encontro do setor de seguros com a SUSEP (Superintendência de Seguros
Privados), promovida pelos sindicatos dos corretores de seguros e das
seguradoras do Estado de São Paulo, no último dia 18, foi um sucesso.
Evento raro de se ver no país, o Superintendente da autarquia, Alexandre
Camillo, trouxe seus quatro diretores para participarem com ele de uma conversa
franca com os integrantes do setor de seguros. E foi isso o que aconteceu, num
contraponto às atitudes da Superintendente anterior, que não gostava do
diálogo, que fechou praticamente todos os canais de comunicação e impunha sua
vontade de cima para baixo, sem conhecer a realidade do setor ou os meandros da
atividade, com prejuízos evidentes para a sociedade brasileira, que do dia para
a noite ficou órfã do único arrimo eficiente para as vítimas dos acidentes de
trânsito, o DPVAT, o seguro obrigatório de veículos.
Com uma postura completamente oposta, Alexandre Camillo se mostra o nome
que o mercado precisava para apaziguar os ânimos e permitir a retomada do
diálogo, essencial para consolidar e desenvolver o setor de seguros brasileiro,
num momento extremamente desafiador como o que atravessamos, não só no país,
mas no mundo.
Como ele colocou em sua palestra, as mudanças climáticas, os riscos
sanitários, o desenvolvimento e a inovação tecnológica são assunto suficiente
para exigir a atenção do setor de seguros pelas próximas décadas. O que valia
até ontem, não vale mais hoje, especialmente depois da pandemia da convid19,
que alterou as sociedades e as pessoas.
O problema é que a nova realidade ainda não se consolidou. Novas formas
de fazer negócio surgem todos os dias e novos riscos decorrentes delas
necessitam proteção. Seguradoras e resseguradoras sabem que precisam tratar do
assunto, mas ainda não há consenso e no Brasil, particularmente, a situação
assume contornos extremamente sérios, com resseguradoras abandonando o país,
várias atividades sem cobertura e os seguros empresariais, mesmo na crise,
custando mais caros.
A palestra de Alexandre Camillo foi ponderada, lúcida, clara, objetiva e
mostrou o quê e como está sendo e será feito. Depois de apresentar sua
diretoria e as atribuições de cada diretor, ele foi extremamente profissional e
deu uma ampla visão da atividade no momento e das perspectivas para o futuro, colocando
na mesa os temas mais quentes, inclusive o “Open Insurance”, que gera
tantas discussões, mas que já tem pontos irreversíveis, o que, aliás, ele
deixou bastante claro.
Alexandre Camillo e seus diretores não apenas “venderam seu peixe”. Eles
foram além e apresentaram uma nova SUSEP, aberta ao diálogo, ou melhor,
prestigiando o diálogo como a forma mais eficiente do setor funcionar
harmoniosamente, levando em conta suas tipicidades e confrontando-as com a
realidade nacional.
Como ele disse, a única forma de se evoluir é colocar os problemas e
dificuldades na mesa e discutir com todos os interessados as soluções
possíveis. Com certeza, ele tem tudo para fazer uma grande gestão frente à
autarquia.