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Catástrofe no RS revela penetração limitada dos seguros na sociedade, diz CNSeg

Segundo o presidente Dyogo Oliveira, a entidade está perto de finalizar um levantamento preliminar sobre os impactos do evento no Sul para o setor de seguros

Valor Econômico - 23 de Maio de 2024

Os números preliminares relacionados às coberturas de seguros nas regiões afetadas pela catástrofe climática no Rio Grande do Sul reforçam a visão de que a parcela da população com seguro é pequena, afirmou o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira. O dirigente participou hoje da Insurance Conference, organizada pela Itaú Asset.

Segundo Oliveira, a entidade está perto de finalizar um levantamento preliminar sobre os impactos do evento no Sul para o setor de seguros. O dirigente não revelou os números, que segundo ele, devem ser divulgados até o fim da semana. Porém, o presidente da CNseg afirmou que, apesar de significativos, os dados revelam um quadro de coberturas limitadas em comparação aos potenciais danos na região.

Conforme Oliveira, 'mesmo quem tem seguro residencial ou empresarial não tem cobertura para eventos desta natureza'. O levantamento indica ainda que os seguros auto em geral tinham coberturas para eventos de enchentes.

O presidente da CNseg afirmou que, no ano passado, já por conta das inundações ocorridas no Estado ao longo do segundo semestre, a entidade chegou a analisar um grupo de apólices de grandes grupos empresariais. 'A maioria não tinha cobertura para enchentes e as que tinham, o valor segurado não era minimamente suficiente para a reconstrução.'

Oliveira ressaltou que o setor tem participado ativamente no atendimento das vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul. 'As seguradoras estão antecipando o pagamento de sisntros e montaram estruturas específicas para atuar na região, inclusive atendendo não clientes', ressaltou. 'Além disso, muitas companhias seguradoras têm feito doações e tomado outras iniciativas para ajudar a região.' O presidente da CNseg enfatizou que o evento deve servir como alerta para o país sobre os riscos climáticos. 'Precisamos pensar em como se preparar para esse tipo de evento e o setor de seguros tem papel muito relevante', disse.

Oliveira citou o projeto de seguro social de catástrofes, proposto pela entidade, como uma das ferramentas para ajudar na redução dos impactos. 'As pessoas mais vulneráveis [às catástrofes] são as de baixa renda, que não podem contratar seguros diretamente', afirmou. Segundo o dirigente, 'estamos também discutindo seguros para infraestrutrtura e a ampliação de seguro rural, buscando que o seguro tenha papel mais relevante [na mitigação e prevenção de danos].'