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Seguro para vítimas de desastres naturais desponta como alternativa emergencial

Proposta da CNseg prevê o pagamento de um valor estimado em R$ 15 mil para moradores afetados por catástrofes

O Tempo - 01 de Abril de 2024

Diante de um cenário que tende a se repetir com mais frequência, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) propôs a criação de um seguro para as vítimas de desastres naturais. O substitutivo do Projeto de Lei 1.410, de 2022, prevê o pagamento de um valor estimado em R$ 15 mil para moradores afetados por alagamentos, inundações e desmoronamentos causados pelas chuvas em municípios que decretaram estado de calamidade pública.

De acordo com a proposta, os residentes teriam direito ao seguro mediante a contribuição de R$ 3, cobrada mensalmente nas contas de energia elétrica. Os beneficiários de programas sociais ficariam isentos do pagamento. O montante recebido pelos atingidos seria destinado para a cobertura de despesas com perdas materiais. O projeto também contempla a indenização no valor de R$ 5 mil em caso de morte de algum morador.

“Esse recurso serviria para o afetado pagar um aluguel, comprar remédio e conseguir um local para ficar. Enfim, dá um pouco de autonomia para a pessoa, que hoje fica pelo menos um ou dois dias perdida. Então, a ideia seria viabilizar esse aporte em até 48h após a decretação de calamidade pública nas cidades”, destaca o diretor de Relações Institucionais da CNseg, Esteves Colnago.

Segundo o diretor, esse capital será um complemento à ajuda da Defesa Civil. “O objetivo é ser efetivamente um produto emergencial, que se somará às ações dos municípios, do Estado e da União. Será um seguro obrigatório no sentido de que quem tem conta de energia terá que contribuir, mas não significa um aumento na tarifa ou um tributo a mais”, explica.

Esteves acredita que a contribuição compulsória e o fato de o seguro ter caráter social, ou seja, uma pessoa que mora em um local que dificilmente será alagado, por exemplo, irá pagar para um residente de uma área em situação de fragilidade estrutural, podem ser entraves para a aprovação da proposta. “Há uma resistência natural das pessoas, de alguns parlamentares, em especial de Estados que não sofrem tanta calamidade.”