O futuro do mercado de seguro de vida no Brasil
Nuno Pedro David, diretor de marketing da Mongeral Aegon, afirma que o aumento da longevidade e novas tecnologias estão no radar das empresas
Sindseg SP - 15 de Junho de 2018Em entrevista ao site do Sindseg SP, Nuno Pedro David, diretor de marketing da Mongeral Aegon, afirma que o aumento da longevidade da população brasileira e novas tecnologias estão no radar das empresas para acompanhar as transformações do mercado de seguro de vida.
Como uma maior longevidade da população
brasileira deverá influenciar o seguro de vida no país?
A longevidade
é um tema transversal a toda sociedade, independentemente da idade dos
indivíduos, e a todos os mercados. É um fato que estamos vivendo cada vez mais.
Nos últimos 35 anos, a esperança de vida ao nascer aumentou 12,8 anos, chegando
a 75,4 anos em 2015. A longevidade não é uma questão de futuro, e sim de
presente. O mercado de seguro de pessoas no Brasil já está sendo muito
impactado pela longevidade. As seguradoras têm o desafio atual de desenvolver
soluções compatíveis com esta realidade. Outra questão do setor é desenvolver
instrumentos para fazer uma precificação cada vez mais compatível com as novas
realidades do conhecimento que começam a chegar à vida cotidiana.
Que mudanças o desenvolvimento tecnológico
deverá proporcionar a esse segmento?
Certamente as
inovações tecnológicas vão impactar fortemente o segmento de seguro de vida. Na
Mongeral Aegon já estamos com uma série de frentes. Uma delas é o Insurtech
Innovation Program, em parceria com a PUC-Rio e com o IRB Brasil RE, na qual
mais de 20 pessoas trabalham com um único objetivo: desenvolver soluções
práticas que resolvam problemas de algumas empresas ao mesmo tempo em que
aprendem. Estamos também realizando testes avançados com machine learning para
o processamento do pagamento de benefícios. Isto nos permite reduzir ainda mais
o seu tempo de pagamento para segurados e beneficiários.
Estamos também
estudando a crescente evolução da medicina genética e como ela poderá impactar
o dia a dia das seguradoras. Este ramo da medicina está contribuindo cada vez
mais para o diagnóstico e tratamento precoce de doenças, o que trará enormes
oportunidades e desafios para a nossa indústria.
Qual é o potencial desse mercado específico
para o médio e curto prazos?
O segmento de
seguro de vida no Brasil tem oportunidades pela frente. Posso elencar três
questões. A primeira delas é a longevidade. As pessoas estão vivendo mais e
precisam se preparar financeiramente para esta realidade.
A segunda
razão pela qual entendo que o potencial deste mercado é elevado diz respeito ao
mercado. Estima-se que apenas 4% dos lares brasileiros tenham seguro de vida.
Quando olhamos para países desenvolvidos, como os Estados Unidos, este número
salta para algo em torno de 70%.
Um terceiro
ponto é relacionado à cultura. A crise econômica e a proposta de reforma da
previdência pública mostraram ao brasileiro a necessidade que cada indivíduo
tem de assumir as rédeas do próprio futuro financeiro. Quando observamos esta
questão, percebemos que ela não se limita à aposentadoria ou previdência, e sim
ao conceito amplo de ser previdente. Isto quer dizer que é necessário pensar em
soluções para todas as fases e necessidades de proteção ao longo da vida. Neste
ponto, o mercado de seguro de pessoas tem papel fundamental.
Quais são os desafios que esse segmento
enfrentará nos próximos anos?
Dentre os
desafios que enxergo para o segmento destaco o desenvolvimento de produtos e
soluções cada vez mais modernas e adequadas às necessidades da população
brasileira. Neste âmbito, é importante o diálogo cada vez mais próximo de todas
as seguradoras com a SUSEP, com o objetivo de desenvolver inovações para este
mercado. Outro ponto é que os produtos acompanhem não apenas a longevidade, mas
a volatilidade econômica comum no mercado brasileiro. O que não faltam são
desafios e oportunidades.
Moto é o veículo que mais mata no trânsito e o
que mais gera indenizações
A Folha
de S.Paulo destaca que a moto é o veículo que mais mata no Brasil. Das 37,3
mil mortes que ocorreram no trânsito no país em 2016, as motocicletas foram
responsáveis por 12,1 mil, o que representa 32%, de acordo com as informações
mais recentes do Observatório Nacional de Segurança Viária. Os automóveis vêm
em segundo lugar, com 24% das vítimas. E em 21% dos casos de morte no trânsito
não há registro oficial sobre o meio de locomoção da vítima.
Apesar de
serem causadoras de tantas fatalidades, as motos são apenas 27% do total da
frota de veículos do país (97 milhões), segundo dados de 2017 do Denatran
(Departamento Nacional de Trânsito).
E mesmo sendo
apenas um terço da frota, no ano passado, as motocicletas foram responsáveis
por 74% de todas as indenizações do DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados
por Veículos Automotores de Via Terrestre).
“No mundo todo,
independentemente de quem seja o condutor, o risco de acidente grave com
motocicleta é cinco a dez vezes maior do que com um veículo de quatro rodas”,
diz Horácio Augusto Figueira, especialista em transportes e segurança do
trânsito.