Denise Bueno
Denise Bueno

Jornalista especializada na indústria de seguros brasileira e internacional

Mercado de seguros segue forte, afirma Fitch Ratings

“O ano foi muito positivo. As indenizações cresceram em linha com a arrecadação, mantendo assim um mercado saudável”, enfatiza Dyogo de Oliveira, presidente da CNseg 14 de Fevereiro de 2023
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 Denise Bueno

Os prêmios do setor de seguros mantiveram a trajetória de crescimento em 2022, com 16,2%, após os 12% de 2021. Todos os segmentos cresceram, com destaque para auto (33%) e ramos elementares (21%), que, juntos, aumentaram 26,5% perante o ano  anterior. Já vida e previdência apresentaram alta de 11,2%, acima da inflação do período, destaca a Fitch Ratings.

De acordo com a agência classificadora de riscos, a  manutenção da alta dos prêmios reflete, em parte, reajustes de preços devido a inflação, maior conscientização da população quanto à necessidade de seguro de vida e sinais da atividade econômica. O PIB brasileiro cresceu 0,4% no terceiro trimestre, o quinto consecutivo de alta. No acumulado do ano, o PIB crescerá 3,2% frente ao mesmo período de 2021. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo  (IPCA) terminou 2022em  5,8% — menos que em 2021, quando foi de 10,1%. Ainda assim, ficou acima do teto da meta do Banco Central, de 5%. 

A Selic alcançou 13,7%, na tentativa de conter a inflação e trazer o indicador de volta para a meta. Os principais indicadores de crédito do setor permaneciam adequados até o final de 2022. O índice de retorno  sobre o patrimônio (ROAE) voltou a níveis mais próximos aos do período pré-pandêmico, devido a aumento dos prêmios, melhor resultado financeiro e menor sinistralidade que em 2021.

De acordo com o relatório, a capitalização e a cobertura de capital regulatório do setor tiveram leve deterioração, mas  continuam adequadas. No entanto, apesar da adequada reserve de  capital, a qualidade dos investimentos continua impactando as seguradoras, dada a concentração de investimentos em títulos soberanos, escrevem os autores.

Segundo comentou o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, em recente entrevista, os dados mostram uma tendência de crescimento mais equilibrado. “O ano foi muito positivo. As indenizações cresceram em linha com a arrecadação, mantendo assim um mercado saudável”, enfatiza.