Denise Bueno
Denise Bueno

Jornalista especializada na indústria de seguros brasileira e internacional

Setor de seguros alerta segurados sobre os riscos com paralisação dos caminhoneiros

Seguradoras e corretores correm para ajudar seus clientes a gerenciar a crise e acionar um plano de contingência para mitigar perdas 03 de Novembro de 2022
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 Denise Bueno

Enquanto os manifestantes fecham estradas e o ministro Supremo Tribunal Federal e ministro do e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e polícias militares tomem medidas para liberar imediatamente as rodovias interditadas.

Mesmo assim, os bloqueios seguem nesta terça-feira. Seguradoras e corretores correm para ajudar seus clientes a gerenciar a crise e acionar um plano de contingência para mitigar perdas. Os bloqueios podem afetar diversos segmentos da economia. Principalmente o transporte de mercadorias e empresas aéreas. Mercadorias podem estragar, prateleiras ficarem desabastecidas, entre outros tantos problemas como violência, saques, quebra de contratos, além do stress em todos os envolvidos.

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Existe a preocupação de afetar a cadeia de distribuição nacional com transtornos, limitações, desabastecimento e aumento do risco logístico, gerados pela paralisação. Independentemente da cobertura securitária contratada, existem riscos a que estão sujeitas as mercadorias, os quais não são indenizáveis pelo seguro, tais como: atraso na entrega dos produtos ou mesmo exposição da marca e manipulação dos produtos de forma inapropriada e, portanto, a fim de mitigar tais ocorrências.

“É importante definir em comum acordo com a Área de Logística e Gerenciadora de Risco, um plano de ação, evitando as áreas de bloqueio do tráfego”, comunica a corretora Lockton aos seus clientes. Ela sugere que seus segurados programem horário de saídas dos veículos de carga; a roteirização do embarque: horários e rotas para tráfego diurno; e desvios de regiões bloqueadas pelo movimento.

Na impossibilidade de evitar a região controlada pelo eventual movimento, a Lockton sobre que busquem, quando possível, locais seguros (pátio de transportadores e postos homologados) para paradas e/ou pernoites, aguardando até que a situação se normalize e permita a continuidade segura da viagem. “Por fim, não obstante a ocorrência do evento nacional, a Lockton está preparada para atender aos clientes com as mais complexas soluções”, afirma em nota.

Entre as dicas, a corretora destaca que a transportadora repasse as informações da viagem junto ao motorista, enfatizando a necessidade de cumprimento do PGR, inclusive, se necessário, fazer assinar o plano de embarque com todas as regras e diretrizes do transporte. Importante também dar preferência para veículos que possuam redundância (segunda tecnologia). É importante caso o veículo tenha problemas na tecnologia principal por conta dos protestos. “Antes da saída para viagem, além dos itens de segurança do caminhão, devem ser checados os sensores, atuadores e outros dispositivos que auxiliam o gerenciamento de risco”, complementa.

Denis Teixeira, diretor nacional Alper Cargo/Transportes, informou que foram reforçadas as medidas de segurança a vida e a carga para todos os clientes e também uma cartilha com dicas e recomendações de como prevenir e mitigar perdas.

Como prevenir:

  • Evite rodar nas regiões com manifestações;
  • Faça um planejamento da viagem buscando rotas alternativas;
  • Dê preferência ao tráfego diurno;
  • Pernoite em local protegido e longe dos pontos de manifestações;
  • Procure parar em local iluminado e próximo de câmeras de segurança;
  • Redobre a atenção na condução do veículos
  • Não tente furar bloqueios que por ventura encontrar durante a vigem.
  • Motorista, lembre-se ainda de não iniciar ou reiniciar a sua viagem sem autorização e liberação por parte dos responsáveis (embarcadores, transportadores, e gerenciadores de riscos)

Latam montou “War room”

“Os bloqueios podem não só dificultar a chegada dos passageiros, mas afetam a chegada dos tripulantes, do combustível, do material de bordo entre outras coisas. “Abrimos mesa de crise, garantimos a chegada de informação atualizada para a tomada de decisão de todos (informação é tudo!), avisamos os clientes para verificar o status do voo no site e evitar ligar para o call center, pois os atendimentos devem ser priorizados para aqueles que foram afetados”, informa Jerome Cardier, CEO da Latam Airlilnes, que conta com um bem elaborado plano de gerenciamento de risco apresentado às seguradoras e resseguradoras.

A empresa aérea também pede para que os clientes cheguem antes. Buscamos formas alternativas de fazer nossa equipe chegar aos aeroportos, usamos as equipes reserva para operar voos para os quais a tripulação não conseguiu chegar, buscamos reacomodar os clientes dos voos afetados recombinando operação e usando aeronaves maiores, carregamos mais combustível nos aviões que vão para aeroportos que tem menos estoque. Enfim, toda a empresa se volta para tratar da crise”, explica ele em sua página no LinkedIn. “Espero que os clientes compreendam que a operação pontual do seus voos depende de muitas coisas sobre as quais não temos total previsibilidade. Saibam que a equipe está 100% dedicada a minimizar o impacto em todos. Muita calma e vamos em frente!”.