BNDES avalia uso de seguro em financiamentos
Banco estatal e Susep devem definir novo modelo de garantia a operações de crédito
Folha de S.Paulo - 07 de Novembro de 2023O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) avalia ampliar o uso do seguro garantia como forma de turbinar a concessão de crédito. Hoje, o banco estatal prefere a fiança bancária, que facilita a execução das garantias. No entanto, com o novo marco sancionado pelo presidente Lula, o seguro ganhou força.
Nesta segunda (6), o presidente do banco, Aloizio
Mercadante, se reuniu com o presidente da Susep (Superintendência de Seguros
Privados), Alessandro Octaviani. Ambos decidiram avançar com estudos conjuntos
para o lançamento de um produto específico.
No mercado, o seguro garantia ainda é pouco utilizado, mas,
segundo Roque Melo, presidente da Comissão de Risco de Crédito e Garantia da
Federação de Seguros Gerais (FenSeg), com o novo marco, a apólice passa a ser
um título de execução extrajudicial, o que garante rapidez para converter a
garantia em dinheiro.
Pelo seguro, o banco recebe imediatamente o pagamento caso
haja calote do tomador. Posteriormente, a seguradora pode executar garantias
para cobrir integralmente, ou parcialmente, suas perdas.
Segundo a entidade, atualmente o motor desse mercado é o
setor público. Entre janeiro e agosto deste ano, foram R$ 2,3 bilhões
arrecadados em apólices envolvendo obras e serviços públicos –mercado que
cresceu 29% em relação ao mesmo período do ano passado.
No setor privado, o seguro garantia arrecadou somente R$ 380
milhões.
Em relação aos sinistros, no entanto, as empresas privadas
foram as que mais geraram perdas. Até agosto, foram R$ 574 milhões pagos em
indenizações pelas seguradoras por falta de pagamento –mais que o dobro
registrado no setor público.