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Demanda para risco cibernético segue em alta

Os prêmios atingiram R$ 98 milhões no primeiro semestre de 2023, crescimento de 27% em relação ao mesmo período

Sonho Seguro - 01 de Setembro de 2023

O mercado de seguros contra riscos cibernéticos tem registrado forte crescimento ao longo dos anos, e a tendência é de que a demanda por este produto permaneça elevada, de acordo com um novo relatório da Fitch Ratings. A agência espera que o segmento continue se desenvolvendo, à medida que o mercado empreende esforços para mitigar riscos e reforçar a segurança das operações.

Os prêmios relacionados à cobertura de riscos cibernéticos atingiram R$ 98 milhões no primeiro semestre de 2023, frente a R$ 77 milhões no mesmo período de 2022, o que representa um crescimento de aproximadamente 27%. No ano passado, o volume de prêmios emitidos do segmento era de R$ 174 milhões e representava um aumento de 68% quando comparado a 2021. O volume de prêmios emitidos até o primeiro semestre de 2023 é equivalente a 56% do total de prêmios emitidos ao longo de 2022 e corresponde a cerca de 474% dos prêmios emitidos em 2019.

Segundo informou a agência de risco no estudo enviado ao Sonho Seguro, os seguros cibernéticos representam menos de 1% dos prêmios de seguros contra danos, apesar das altas taxas de crescimento dos últimos anos. As seguradoras possuem preocupações relativas à precificação de seus produtos, devido a limitações quanto à análise do gerenciamento de riscos internos dos segurados e à avaliação da postura de risco cibernético, exclusões e conflitos de apólices, bem como em razão do potencial de risco legal de sinistros emergentes, o que pode impactar a contratação dos seguros.

A crescente demanda também pode ser observada na média mensal dos prêmios emitidos. Nos seis primeiros meses de 2023, os prêmios mensais médios totalizaram R$ 16,4 milhões, frente a R$ 14,5 milhões no mesmo período de 2022, o que representa um aumento de 13%.

Apesar do forte potencial de expansão deste mercado, o crescimento e a contratação do seguro podem ser afetados por desafios relacionados à precificação, limitações quanto à avaliação do gerenciamento de riscos internos dos segurados, à avaliação da postura de risco cibernético, a exclusões e conflitos de apólices e ao potencial de risco legal de sinistros emergentes.

Atualmente, existem no Brasil 11 seguradoras que atuam no segmento de cobertura contra riscos cibernéticos. Entretanto, ao final do primeiro semestre deste ano, as três maiores do segmento possuíam cerca de 80% dos prêmios do mercado. O segmento também apresenta predominância de seguradoras globais.

As três principais seguradoras que detinham a liderança no mercado de risco cibernético até o primeiro semestre de 2023 foram a AIG, com 43% de participação, a Zurich, com 27%, e a Tokio Marine, com 11%.

O crescimento mais acentuado dos prêmios ganhos, em comparação com a expansão mais modesta dos sinistros ocorridos, levou à melhora dos resultados e do desempenho da subscrição em 2022 – tendência que deve se manter ao longo de 2023, já que o índice de sinistralidade no período de 12 meses encerrado em junho deste ano atingiu 28%. A implementação de mecanismos de proteção e práticas de gerenciamento de riscos cibernéticos pelos segurados também contribuem para a sinistralidade. A Fitch espera alguma volatilidade – ainda significativa, em alguns casos – nos indicadores de desempenho nos próximos anos, enquanto o setor registra rápido crescimento.

A Fitch espera que as questões referentes à privacidade continuem sendo cada vez mais difundidas com a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em 2021.