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Soluções criativas são necessárias em riscos corporativos, avalia diretor da seguradora Zurich

Sonho Seguro - 22 de Novembro de 2022

Com a realização da XIV Seminário de Gestão de Riscos e Seguros e da XIV Seminário de Gestão de Riscos e Seguros, pela ABGR, nos dias 16 e 17 de novembro, em São Paulo, o Sonho Seguro conversou com Jose Bailone, diretor executivo de Seguros Corporativos e de Subscrição de Ramos Elementares da Zurich, sobre as preocupações que tiram o sono dos gestores de riscos e como a seguradora tem se preparado para estar presente para facilitar o dia a dia dos guardiões do patrimônio dos acionistas. Leia abaixo:

Mundialmente, a mudança climática encabeça a lista de preocupações dos gestores de riscos em todas as regiões do mundo. No ano passado, o risco cibernético ocupava a liderança nas pesquisas realizadas. E no Brasil, quais são as três primeiras preocupações dos gestores de riscos? 

Quando analisamos os riscos que são ameaças para empresas e governos no mundo e no Brasil, os riscos climáticos, sociais, cibernéticos e de uma recuperação global desigual em consequência da pandemia estão entre as principais preocupações, conforme revelado pelo Relatório de Riscos Globais (17ª edição GRR 2022) produzido pela Zurich, Marsh McLennan e o Fórum Econômico Mundial divulgado em janeiro deste ano. 

Nesse mesmo relatório, foram divulgados os resultados detalhados da Executive Opinion Survey 2021 (também produzida pelo Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Marsh McLennan e a Zurich), onde são detalhados os maiores riscos identificados pelos executivos em cada país. Nessa pesquisa, os três principais riscos mapeados para o Brasil foram uma prolongada estagnação econômica, crises de subsistência e emprego e a inadequação digital, sendo que os danos ambientais provocados pelo homem, por exemplo, aparecem em 4º lugar. Ou seja, no curto prazo, aquela pesquisa já previa que questões econômicas liderariam as preocupações dos gestores.

Já o relatório da Executive Opinion Survey 2022, que acaba de ser divulgado mundialmente na semana passada, traz como três principais riscos para os negócios no país a rápida e sustentada inflação, a proliferação de atividades econômicas ilícitas e o confronto geoeconômico, sendo seguidas pelas crises de subsistência e emprego e por choque severos ou volatilidade nos preços das commodities. Vemos, portanto, que as questões econômicas tomaram ainda mais espaço das preocupações dos gestores, o que acende um alerta a que os gestores de riscos precisam estar atentos.

Isso porque vemos que os riscos ambientais e cibernéticos, que apareceram no último GRR como riscos importantíssimos a curto, médio e longo prazos a que as empresas (e a sociedade como um todo) devem estar atentas, estão sendo ofuscados por preocupações de curto prazo.  Essas preocupações são extremamente pertinentes e relevantes, porém, é crescente a ameaça de ataques cibernéticos à infraestrutura e a severidade dos eventos naturais decorrentes das mudanças climáticas, o que quer dizer que as empresas não podem tirar seus olhos desses riscos caso queiram contar com uma operação segura e eficiente. Ignorar esses riscos pode criar pontos cegos, deixando as empresas expostas à graves ameaças que podem afetar o seu sucesso e resiliência ao longo do tempo.

Na Zurich, estamos muito atentos a essas questões junto aos gestores de risco das empresas e oferecemos serviços relacionados tanto à prevenção de riscos cibernéticos quanto relacionados às mudanças climáticas.  Serviços relacionados às mudanças climáticas, por exemplo, vão desde uma análise do risco de alagamento de uma determinada planta até um panorama amplo de todas as unidades de negócios de uma empresa. Há também análises para avaliar o impacto do aquecimento global no médio e longo prazo nos eventos da natureza a que um determinado local ou unidades de negócios estão expostos. Além de cobertura de seguros, a Zurich coloca à disposição toda a sua expertise para orientar os clientes quanto aos riscos que podem impactar os seus negócios e as formas de mitigá-los, seja olhando para os riscos atuais como para os riscos futuros.    

Já no que diz respeito aos riscos cibernéticos, temos à disposição ferramentas e expertise para apontar o que as companhias precisam fazer para transferir riscos para o mercado segurador, por meio da avaliação de seus riscos operacionais, dependências sistêmicas e maturidade quanto à segurança da informação, de forma a fornecer orientação acerca de adequações que forem necessárias.

O cenário exposto para 2023 é de um significativo reajuste do resseguro. De um lado, os resseguradores reajustando tarifas para equilibrar perdas com eventos climáticos mais intensos e frequentes. De outro, gestores preocupados com perdas, o que aumenta a demanda pelo seguro, porém num momento em que o orçamento para compra de seguros sofre redução diante do cenário econômico. O que a seguradora tem feito para equilibrar esta situação para seu cliente? 

Reconhecemos que para muitas atividades, os desafios sociais e econômicos gerados pela pandemia e instabilidade geopolítica, aliado ao surgimento de novos riscos e ao ajuste de condições e taxas do mercado segurador, exigem soluções mais criativas.  Após um período de endurecimento do mercado começamos observar estabilidade ou até alguma flexibilização nas linhas que sofreram maiores ajustes, como D&O. Na Zurich, buscamos apoiar empresas com soluções que englobam a assunção dos riscos transferidos pelos clientes com serviços extremamente especializados de prevenção de perdas. 

É importante ressaltar que os produtos de seguros devem ser parte da gestão de riscos das empresas, e que mesmo em momentos econômicos desafiadores, as empresas não podem deixar de investir nessa frente. Isso porque quanto mais robusta for essa gestão, com soluções de segurança e prevenção que diminuam a exposição de riscos para as empresas, menores as chances de uma interrupção de negócios causada por quaisquer eventos – e melhor tende a ser a precificação dos seguros também. Os clientes que possuem programa de gestão de riscos, uma visão de custo total do risco, que conhecem suas exposições e executam ações de mitigação, já trazem um bom posicionamento do seu risco para o mercado segurador.

Portanto, as seguradoras devem ser parceiras dessa gestão para seus clientes, indo além dos produtos de seguros e ajudando-as de fato a fazer a gestão adequada de seus riscos. Não apenas por uma questão de orçamento, mas porque essa é a melhor forma de contribuir para que as empresas não sofram perdas ou prejuízos decorrentes de uma política de gestão de riscos deficiente. E, consequentemente, isso permite também mais aceitação, qualidade e flexibilidade das coberturas quando falamos em produtos de seguros.

A Zurich é uma seguradora que tem como diferencial no mercado justamente uma equipe de engenheiros de riscos que compõe network global com mais de 800 especialistas que ajudam as empresas a melhorarem a gestão dos seus riscos para a continuidade dos negócios. Para dar um exemplo de nossa atuação prática, no que toca aos riscos cibernéticos, temos à disposição ferramentas e expertise para apontar o que as companhias precisam fazer para transferir riscos para o mercado segurador, por meio da avaliação de seus riscos operacionais, dependências sistêmicas e maturidade quanto à segurança da informação, de forma a fornecer orientação acerca de adequações que forem necessárias. 

Os riscos geopolíticos ocupam o segundo lugar, à frente dos riscos cibernéticos e pandêmicos. Que tipo de plano de contingenciamento uma grande empresa precisa ter pronto para gerenciar o aumento das tensões sociais que possam impactar a quebra da cadeia de suprimentos?

A identificação do potencial impacto é diferente para cada atividade e empresa e, frequentemente, os riscos vem junto com oportunidades. A profunda interrupção no fluxo de mercadorias em todo o mundo ensina as empresas a entenderem suas vulnerabilidades primeiro para criar maior resiliência a choques futuros. A elaboração de um bom plano de continuidade passa por entender com profundidade os riscos a que um negócio está exposto.  Além de manter um balanço resiliente para enfrentar volatilidade, é fundamental ter os planos de mitigação desenhados e testados. Com a pandemia e a ruptura da cadeia de suprimentos, aprendemos que esse era um risco subestimado por muitas indústrias, algumas das quais sequer tinham um inventário de todos seus fornecedores e o grau de dependência existente. Portanto, como ressaltado na questão anterior, o trabalho de gestão de riscos é de extrema relevância em todos seus aspectos, desde a identificação até a mitigação dos riscos.

Os riscos econômicos também assustam os gestores. Como mitigar o risco de uma empresa diante da instabilidade financeira, deterioração macroeconômica e estresse monetário e fiscal? 

Com uma análise de riscos estruturada, é possível contribuir para a empresa lidar melhor com um momento de instabilidade. Nos momentos de escassez, nem sempre as empresas conseguem estar bem capitalizadas e com baixo endividamento.  Neste cenário em que empresas do mundo todo veem que cortes de custos se fazem necessários, é importante enxugar gastos com sabedoria, evitando assim aumentar a exposição ou contratar produtos com coberturas inadequadas para mitigar riscos existentes. Como seguradora, a Zurich está preparada para dar suporte para que nossos clientes façam as escolhas mais adequadas aos seus riscos e compreendam o seguro como um apoio para a resiliência de seus negócios neste momento de instabilidade.

 A inflação está se tornando uma grande preocupação tanto para especialistas quanto para o público em geral. Quais as recomendações aos gestores sobre os impactos da inflação no programa de seguros?

Como especialistas, observamos que a inflação influencia de maneira diferente o mercado por atividade, indústria, segmento de atuação e distribuição geográfica dos negócios. Recomendamos aos clientes atenção na avaliação de seu patrimônio e histórico contábil para manter o valor de seus ativos e bens adequados tanto à inflação quanto a realidade que a empesa atravessa. No que diz respeito ao seguro, isso deve ajudá-los na subscrição correta dos riscos e a garantir que as coberturas contratadas realmente sejam efetivas diante dos riscos a que a empresa está exposta. Com atenção a estes pontos, o cliente pode ter tranquilidade de que irá conseguir repor danos sofridos e recompor seu patrimônio em eventual sinistro.