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Seguradoras desenham novos serviços com uso de sensores

Uso do 5G também trará mais dados sobre o comportamento dos clientes

Valor Econômico - 20 de Setembro de 2022

Receber uma mensagem no celular, da seguradora, avisando o cliente de que há sinais de fumaça em sua casa. Bater o carro e ser avisado pelo banco, também pelo smartphone, que um depósito foi feito em sua conta corrente pela indenização dos danos. Parece filme de ficção. Mas não é. São exemplos do que as seguradoras preparam para ofertar aos clientes assim que a tecnologia 5G estiver em plena operação no Brasil, traz o Suplemento 5G publicado pelo Valor.

Segundo agentes do setor, a rede 5G foi projetada para oferecer suporte a todo um ecossistema de sensores e dispositivos inteligentes totalmente conectados que poderão “falar” entre si, compartilhando informações cruciais e reduzindo riscos evitáveis. Além disso, gera uma maior eficiência em todo o processo. Luis Fontes, diretor executivo de tecnologia da informação da MAG Seguros, afirma que quanto melhor o conhecimento sobre o comportamento das pessoas, melhor será o processo de precificação do risco.

“O 5G trará para o jogo a internet das coisas (IoT), e certamente essa infinidade de sensores e dispositivos conectados nos ajudarão a entender melhor o comportamento e especificidade de cada indivíduo viabilizando assim novos produtos e modelos de negócio – e claro, produtos cada vez mais customizados”, diz ele.

Rosely Boer, diretora executiva de operações e TI da Allianz Seguros, cita exemplos práticos. “Sensores colocados nos automóveis serão capazes de coletar diversas informações, desde ângulo de curva, velocidade do veículo e estado dos freios, e transmiti-las para uma base central. O volume de dados coletados por esses sensores será muito grande”, diz.

Algumas seguradoras já usam a tecnologia para dar descontos no seguro de vida, por exemplo, por meio de relógios inteligentes. Quanto mais constantes as práticas esportivas, maior o benefício, que pode ir de um desconto no preço do seguro ao aumento do valor do capital segurado da apólice. Haverá casos em que as coisas podem melhorar para o consumidor como os citados, e casos em que elas pioram. As seguradoras tendem a aumentar os prêmios se souberem que uma pessoa está em alto risco de uma doença, por exemplo. Executivos concordam que há chance real de que os clientes recebam uma oferta tão alta que o seguro se torne inacessível.

O 5G também promete aprimorar o controle de fraudes, que pode levar a uma redução do preço do seguro. Também será possível saber mais sobre o que realmente causou o acidente, como se o motorista estava usando o celular ou participou de uma festa com ingestão de bebidas alcoólicas.

“Investimos para transformar o seguro de apenas pagar indenizações para ajudar as pessoas a entenderem seus riscos e reduzi-los”, afirma Dyogo de Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg). “Poderemos liquidar rapidamente sinistros, mitigar riscos climáticos com equipamentos interligados a bens segurados por meio da IoT, monitorar automóveis por drones, utilizar sensores que apontam deficiência em equipamentos industriais, reduzindo o número de sinistros. Temos muitos avanços com o 5G”, afirma.