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BB Seguridade: Lucro do 2º tri foi o maior da história

"Esse resultado tem como alicerces um incremento de vendas e a redução da sinistralidade no segundo trimestre de 2022", afirmou o CEO da companhia, Ulisses Assis

Valor Econômico - 09 de Agosto de 2022

A BB Seguridade obteve o maior lucro líquido trimestral da história da holding de seguros, previdência e capitalização, controlada pelo Banco do Brasil. 'Esse resultado tem como alicerces um incremento de vendas e a redução da sinistralidade no segundo trimestre de 2022', afirmou o CEO da companhia, Ullisses Assis, em coletiva com jornalistas. Por volta das 11h40, as ações ordinárias da BB Seguridade avançavam 2,84%, a 29,29%.

O lucro líquido do grupo atingiu R$ 1,406 bilhão entre abril e junho deste ano, com alta anual de 86,6%. No primeiro semestre, a linha alcançou R$ 2,585 bilhões, com avanço de 49,4% sobre o mesmo período do ano passado.

No semestre, o resultado operacional não decorrente de juros cresceu 25,1% na comparação anual para R$ 3,385 bilhões. Já o resultado financeiro alcançou R$ 398,6 milhões no primeira meta de 2022, conseguindo reverter o número negativo de R$ 37 milhões no mesmo período de 2021.

Segundo Assis, 'eu mesmo tinha comentado no início do ano que a tempestade tinha passado, com a sinistralidade de covid-19 em queda e agora com baixissimo impacto para nós'. Conforme o CEO, 'também tivemos um arrefecimento dos efeitos do 'La Niña' vistos no começo do ano com menor sinistralidade no seguro agro'.

O CEO da BB Seguridade apontou ainda esperar uma estabilidade nesses indicadores para os proximos trimestre. 'São números que a gente acompanha sempre e estão bastante estáveis nos últimos meses. A gente não espera mudança de comportamento em relação isso no resto do ano.'

O executivo apontou ainda uma melhora significativa do resultado financeiro a partir da alta da taxa básica Selic. 'Conseguimos reverter um resultado negativo no ano passado para um lucro de R$ 166 milhões no segundo trimestre', disse.

De acordo com o executivo-chefe financeiro do grupo, Rafael Sperendio, 'esperamos que o resultado financeiro convirja, em termos de contribuição para o lucro líquido, ao patamar visto entre 2016 e 2017, em torno de 20% até o fim do ano'. O resultado do primeiro semestre representou 15%.

Na visão do CFO, o nível de 20% de contribuição para o lucro líquido é o observada historicamente quando a Selic e a inflação estiveram no mesmo patamar atual. Para Sperendio, o resultado financeiro poderia ter sido R$ 95 milhões melhor, caso não houvesse um impacto da volatilidade na curva de juros diante do movimento de alta da Selic.

'A parcela de [títulos de] inflação que está atrelada aos planos de benefício definido [BD] na Brasilprev acaba sofrendo um pouco mais com a volatilidade da curva. O desempenho financeiro foi excelente, mas poderia ser muito melhor, se não fosse a abertura de curva de juros o que representou cerca de R$ 95 milhões a menos no semestre. Isso porque o movimento de alta da Selic vem com aumento de abertura de curva.'

Assis apontou ainda que a holding vai distribuir R$ 2,1 bilhões em dividendos semestrais, o equivalente a 80% do ucro líquido do período, 'conforme aprovado em assembleia'. O CFO acrescentou que o 'payout', ou seja, a distribuição de proventos, tende a subir no próximo semestre.

Os resultados mais fortes que o esperado levaram a BB Seguridade a rever dois dos três guidances para o ano. A BB Seguridade revisou para cima suas projeções de resultado operacional e prêmios emitidos em 2022. Já a faixa estimada de crescimento para reservas de previdência foi mantida

Para o resultado operacional não decorrente de juros (ex-holdings), o guidance foi revisado para alta de 15% a 20%, ante projeção anterior de +12% a 17%. O guidance para os prêmios emitidos da Brasilseg passou de crescimento de 10% a 15% anteriormente para alta de 20% a 25%. No caso das reservas de previdência - PGBL e VGBL da Brasilprev, foi mantido o guidance de 9% a 13%. Sperendio explicou que a companhia manteve a projeção ainda que o indicador tenha crescido apenas 3,9% no fim do segundo trimestre.

Conforme o CFO, 'temos percebido, já no mês de julho, um comportamento diferente na captação líquida, com pequena reversão na tendência de saques de previdência'. Sperendio afirma que a expectativa é de essa tendência se consolidar ao longo do segundo semestre e melhorar o resultado da captação líquida dos planos PGBL e VGBL.

Em relação à melhora do guidance de resultado operacional, o CEO ponderou haver uma expectativa de crescimento em alguns segmentos como no caso de prêmios de seguro agro. 'Temos percebido uma demanda mais forte do mercado para alguns produtos. O seguro rural é um dos exemplos.' Outro produtos seriam seguro de vida, residencial e os empresariais.