"O pior já passou", afirma o CEO da Porto
Para Roberto Santos, "a expectativa é de melhora gradual de resultados nos próximos trimestres"
Valor Econômico - 08 de Agosto de 2022‘O pior já passou e a expectativa é de melhora gradual de
resultados nos próximos trimestres’ , diz CEO da Porto
A Porto (antiga Porto Seguro) ainda sentiu no segundo
trimestre o peso dos efeitos combinados da inflação de veículos, da subida dos
custos de reparos e das turbulências macroeconômicas. Porém, na visão do CEO da holding, Roberto Santos,
durante a teleconferência de resultados com analistas, 'o pior já
passou'.
O executivo enfatizou ver o atingimento de um 'ponto de
inflexão' a partir do fim do primeiro semestre. Conforme o CEO, a
expectativa é de melhora gradual de resultados nos próximos períodos. 'Já
tomamos todas as ações necessárias para resolver as questões de sinistralidade
e aumento de custos de reparo, bem como conter a alta da inadimplência [em
operações de crédito].'
Conforme Santos, o segundo trimestre mostrou o acerto da
estratégia de diversificação de negócios adotada há pouco mais de um ano. O
executivo explicou que tanto entre abril e junho deste ano quanto na leitura
semestral as receitas da companhia aumentaram no maior ritmo em mais de dez
anos. Houve um crescimento agregado de 37%, quando comparado ao mesmo trimestre
de 2021 e de 29% ante a primeira metade do ano passado. 'Mesmo com a
adequação de preços no seguro auto, a frota segurada de automóveis demonstrou
resiliência com leve elevação', ressaltou o CEO. 'Também estamos
vendo sinais de estabilização na inadimplência das operações de crédito',
acrescentou.
De acordo com o vice-presidente financeiro e de controle da
Porto, Celso Damadi, 'todas as verticais de negócios tiveram crescimento
expressivo de receitas e esse avanço vai nos ajudar muito nos próximos
trimestres, já preparando a companhia para resultados melhores'.
O CEO da vertical de seguros da Porto, Marcelo Picanço,
explicou que a recomposição de margem realizada desde o segundo semestre do ano
passado trouxe 'um crescimento expressivo de receitas [no segmento auto]
no segundo trimestre'. A companhia registrou avanço de 35,8% nos prêmios
de apólices de veículos na comparação anual.
'Ainda estamos enfrentando um nível de sinistralidade
muito alto', afirmou Picanço. 'A primeira metade do ano foi um
momento difícil para o setor no país como um todo', complementou.
De acordo com o CEO da Porto, 'atingimos um ponto de
inflexão no segundo trimestre e, pela primeira vez em cinco trimestres,
melhoramos o índice combinado [referencial que indica a relação entre receitas
e despesas do grupo]'.
Quanto à inadimplência, o CEO da Porto Seguro Bank, Marcos
Loução, afirmou enxergar uma tendência de estabilização. 'No índice de
cobertura [de devedores duvidosos] estamos agora nos patamares de antes da
pandemia, de 2019', disse. 'Em relação aos índices de atrasos das
safras novas, acreditamos que vai se manter e não deve reduzir esse índice [no
próximo trimestre].'