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CNseg prevê crescimento entre 8% e 11% para o setor de seguros em 2021

"É um crescimento maior do que o próprio PIB, com alta de 3,9%. Já verificamos uma recuperação forte da saúde suplementar e de outros ramos", afirma presidente da CNseg

Sonho Seguro - 15 de Dezembro de 2021

O setor de seguros avançou para vendas e captação de recursos de R$ 303 bilhões em 12 meses móveis até outubro de 2021, 12,6% sobre os R$ 273 bilhões do mesmo período de 2020, sem saúde e sem DPVAT. O maior crescimento veio da cobertura de pessoas e planos de acumulação, com 14%, seguido por danos e responsabilidade com 13,3%, cobertura de pessoas com planos de riscos, com 12,9%, saúde suplementar com 7,1% e capitalização com 3,5%. “’É um crescimento maior do que o próprio PIB, com alta de 3,9%. Já verificamos uma recuperação forte da saúde suplementar e de outros ramos”, destaca Marcio Coriolano, presidente da CNseg, em coletiva de imprensa nesta tarde.

Os dados ainda vão ser revistos para acrescentar dados de outubro a dezembro. No cenário pessimista, a CNseg prevê crescimento 8% neste ano e no otimista de 11%, considerando-se os dados também de saúde. “Bem provável o crescimento do setor como um todo encerre o ano em dois dígitos em 2021”, comentou.

Segundo ele, a Susep deixa um legado muito importante e que atende interesses do consumidor, bem como reduziu custos operacional de todo o sistema. Mais racionalidade, redução de custos. Verificamos que neste mais de um ano, a gestão de Solange Vieira, trouxe ganhos para todos. “Somos a favor do Open Insurance, mas temos apenas algumas questões relativas que precisam ser endereçadas para ajustes”, disse. Segundo Coriolano, com a entrada de Alexandre Camillo, que toma posse no dia 16, quinta-feira, no comando da Susep, a única questão do setor é “reabrir algumas questões que precisamos discutir mais sobre open insurance, para que fiquem mais claras”, disse. “O ineditismo da iniciativa é um complicador a mais. Sequer estamos tendo tempo de aprender com os erros e acertos do open banking”, acrescentou.


Agronegócios impulsionou o crescimento de seguro rural em 45%

Antônio Trindade, presidente da FenSeg, que congrega apólices do segmento de danos, afirma que 2021 foi um ano de grande aprendizado. “Passamos por transformações intensas, como ambiente regulatório, novos produtos e serviços e desenvolvimento de novas tecnologias. “Dois anos de homeoffice, muitas coisas passaram a ser via aplicativos e web, servindo nossos clientes com qualidade”, comenta.

Mesmo com a crise sanitária o seguro, o setor deu mostra de resiliência. O seguro de danos cresceu 15% até outubro deste ano. O seguro rural avançou 45%. “O setor agrícola é uma parte importante da nossa economia e evidentemente com as projeções de safra para 2022 vai crescer ainda mais”, citou.

O seguro residencial ganhou importância, com alta de 16%. O seguro de riscos de engenharia avançou 25%. O seguro auto vive um momento de recuperação e cresce 7%. Seguros de responsabilidade, com novos riscos como o cibernético, cresceu 165%, e ainda é pequeno em termos de faturamento e com grande potencial para os próximos anos.

Trindade citou várias normas publicadas em 2020, que trouxeram inovação para diversos seguros, que devem estar no ar em 2022. “A possibilidade de ter arcabouço legal mais próximo da realidade do setor é musica para nossos ouvidos”, citou ele, referindo-se ao seguro garantia, que tem uma audiência pública no ar para melhorar o que a Lei de Licitações traz neste em relação a este assunto, com aprimoramentos que devem entrar em vigor também em 2022.

Saúde enfrenta custos de R$ 26 bi não previstos e precificados
João Alceu, presidente da FenaSaúde, citou os 19 meses de pandemia. “Tivemos meio milhão de internações por Covid e 6 milhões de exames. “O custo apenas destes dois procedimentos citados foi de R$ 26 bilhões. Ressalto que este custo não estava previsto e também não foi precificado. Portanto, é um impacto na veia das operadoras de planos de saúde”, citou ele durante coletiva de imprensa realizada pela CNseg.

Apesar da tragédia de mais de 600 mil mortes, com famílias destruídas, o setor entregou o serviço e estão solventes, destacou o presidente da FenaSaúde. “Acredito que os números do quarto trimestre trarão resultados melhores, depois de trimestres seguidos de resultados ruins”, acredita.

Em termos de beneficiários, o setor de saúde suplementar cresce consistentemente, com 1,9 milhão de vidas novas desde junho de 2020. A telemedicina, citou, é a grande vitoriosa. “As empresas já vinham praticando isso, mas o sistema recebeu uma grande dose de tecnologia e aprimoramento.”

Em 2022, João Alceu prevê melhores resultados. “Estamos otimistas que conquistaremos mais beneficiários, voltando ao patamar de 2014, quando atingimos 50 milhões. A sequela da Covid desafiará o sistema a montar um atendimento especializado para pacientes crônicos. E as discussões para uma revisão no arcabouço regulatório do segmento de saúde também é um desafio na pauta da saúde. Quanto a volume de faturamento, o executivo está otimisma, mas afirma que isso dependerá da retomada do emprego e da renda da população.

Seguro de vida já indenizou 148 mil famílias, num total de R$ 5,4 bilhões
Jorge Nasser, presidente da Fenaprevi, citou durante coletiva de imprensa realizada pela CNseg, dados relevantes do segmento de vida. As seguradoras já desembolsaram R$ 5,4 bilhões em sinistros decorrentes de covid-19 entre abril de 2020 a outubro de 2021. Apenas neste ano, em nove meses, as companhias pagaram R$ 4,3 bilhões em indenizações às famílias de vítimas da pandemia. Isso significa quase 148 mil indenizações pagas.

Isso, sem contar as devoluções de reservas por morte dos participantes dos planos de previdência privada aberta ou os valores de resgates dos planos previdenciários. “Por tanto, nós podemos dizer que estamos enfrentando, aprendendo e crescendo na adversidade”.

“Com certeza, a história vai trazer inúmeros fatos e acontecimentos desse período dramático que testemunhamos durante esse enfrentamento da pandemia da Convid-19, de como foi urgente salvaguardarmos a saúde de nossos familiares, amigos e profissionais, e de como aceleramos, de forma exponencial, nossos processos e serviços por meios digitais, e como aprendemos fazendo”, afirmou.

Segundo ele, é motivo de grande orgulho dizer do mercado geral, seguradoras e demais profissionais, atenderam a tempo e a hora o chamamento da sociedade. “É notória a velocidade com que estruturamos as nossas operações para responder uma demanda muito maior de atendimento e pagamento de benefícios”.

Capitalização cresce com grade maior de produtos
De janeiro a setembro, o mercado de Capitalização cresceu 5,65% sobre igual período de 2020, com receitas que totalizaram R$ 18 bilhões. Para a FenaCap (Federação Nacional de Capitalização), o resultado ainda não permite comemoração em razão do impacto econômico que a pandemia da Covid-19 provocou na renda dos brasileiros, mas já é possível projetar um resultado positivopara 2021.

Marcelo Farinha, presidente da FenaCap, explica que o setor tem uma grande capacidade de se acoplar a outros produtos e mercados. “Essa migração do setor para fora do balcão bancário abriu uma nova perspectiva de mercado, inclusive para corretores de seguros. Somos capazes de atender às demandas de praticamente todos os segmentos de negócios”, complementa.

Outro ponto importante verificado no período foi o aumento nos recursos pagos em sorteios, um relevante incremento e injeção de recursos à economia, cujo montante superou R$ 999 milhões, alta de 34% em relação ao registrado de janeiro a setembro de 2020.

Os títulos tradicionais de Capitalização continuam liderando as vendas, com 71% da receita, seguidos pela modalidade de Filantropia Premiável (13%), Instrumento de Garantia (12%), Incentivo (3%). Popular e Compra Programada somam o 1% restante. Destaque novamente para a Filantropia Premiável, que apresentou alta de 67,4% em comparação a janeiro/setembro do ano anterior.

Nos títulos de Filantropia Premiável, o consumidor cede o direito de resgate de sua reserva para uma instituição previamente credenciada pelas empresas de Capitalização, permanecendo com o direito de concorrer a prêmios. Nestes nove meses de 2021, esses produtos contribuíram com um apoio de mais de R$ 950 milhões às entidades que realizam ações voltadas ao trabalho social.