home / notícias / Quase 40% das empresas não priorizam cibersegurança em seus orçamentos, diz pesquisa

Quase 40% das empresas não priorizam cibersegurança em seus orçamentos, diz pesquisa

Pouco mais da metade (57%) das 351 companhias consultadas são alvo de fraudes e ataques digitais com média ou alta frequência

Valor Econômico - 02 de Junho de 2021

Uma pesquisa encomendada pela Mastercard ao instituto de pesquisa Datafolha mostra que 80% das empresas dos setores de educação, financeiro e seguros, tecnologia e telecomunicação, saúde e varejo entendem a importância da cibersegurança para seu negócio, mas isso não é uma prioridade no orçamento para 39%. O levantamento, chamado Barômetro da Segurança Digital 2021, consultou 351 companhias entre os dias 1 e 25 de fevereiro de 2021 e procurou avaliar como as empresas, que se tornaram ainda mais digitais com a pandemia, enxergam e reagem aos ataques cibernéticos.

Um pouco mais da metade (57%) dessas companhias são alvo de fraudes e ataques digitais com média ou alta frequência. Estanislau Bassols, gerente geral da Mastercard Brasil, comentou em teleconferência com jornalistas nesta terça-feira, que, por dia, são registrados, 100 novos esquemas de fraude. “A quantidade de brechas cresce no mesmo ritmo da utilização do meio cada vez mais digital [pelas empresas]”, aponta.

Ao mesmo tempo em que 78% afirmam que possuem profissionais da área de TI dedicados a cibersegurança, apenas 32% têm um departamento específico voltado a essa prática, sendo que saúde (23%) e educação (29) e varejo (30%), embora tenham ficado bem mais digitais na pandemia, estão um pouco mais distantes da área de finanças e seguros (42%) por exemplo.

“No mundo, o investimento em cibersegurança cresce entre 12% e 15% ao ano, e aqui o nível de prioridade entendido como altíssimo oscila muito entre os setores. É preciso levar em conta que os consumidores deixam de comprar algo se observarem falta de segurança na empresa” , disse Bassols. Em saúde, educação e varejo, 49%, 44% e 42% das empresas, respectivamente, apontam o tema como baixa prioridade no orçamento, enquanto 39% das empresas de finanças e seguros afirmam exatamente o oposto (alto nível de prioridade).

“A fraude ocorre pelo elo mais fraco da cadeia. A definição de uma prestação de serviços começa com a empresa e termina com o usuário. Dada a cadeia ampla que as companhias possuem, é preciso levar o nível de segurança ao máximo e é responsabilidade das empresas prover isso”, entende o executivo.