Economia do Seguro


Francisco Galiza
Francisco Galiza

Mestre em Economia (FGV); membro da ANSP (Academia Nacional de Seguros e Previdência); autor do livro “Economia e Seguro – Uma Introdução” (3ª edição); coordenador da Revisão do Dicionário da Funenseg, em 2011; professor do MBA-Seguro e Resseguro (FUNENSEG); sócio da empresa Rating de Seguros Consultoria (www.ratingdeseguros.com.br).

Seguro Auto no Longo Prazo

Comentários Econômicos - 23/01/2013


Nesse mês de janeiro, a publicação Insurance & Technology divulgou artigo denominado The Reshaping of Auto Insurance, algo como A remodelação do seguro de automóvel.

Ver...
http://www.insurancetech.com/management-strategies/the-reshaping-of-auto-insurance/240145794?cid=nl_ins_daily&elq=fd92daa3ce1e40d48f0db5efa7648a1f

Nesse momento, muitos estudos têm surgido para discutir como estará o seguro de automóvel no longo prazo (por exemplo, em 10 a 15 anos), diante das diversas mudanças em andamento (tecnológicas, de costumes e urbanas).

Em qualquer prognóstico desse tipo, as incertezas são naturalmente elevadas. Entretanto, algumas colocações são interessantes. Em resumo, a tabela abaixo estima as principais conseqüências, centradas no conceito de novas características do risco.


Novas Características do Risco Descrição
Mudança nos Riscos (Risk Shifting)
  • As novas tecnologias irão reduzir as colisões e acidentes. Em termos de fatores de risco, isso irá transferir o foco principal da preocupação do motorista para o defeito mecânico.
  •  Em termos comerciais, o interesse das seguradoras passaria a ser também o fabricante de veículos, e não apenas o consumidor final do produto. 
Riscos Compartilhados (Risk Sharing)
  • O crescimento das redes sociais pode permitir um aumento na afinidade entre pessoas com atitudes semelhantes, interesses e comportamentos, reunindo então recursos para compartilhar riscos e custos gerais mais baixos.
  • Além disso, para as empresas, a possibilidade de acessar novos clientes de forma rápida pode facilitar a negociação em vários sentidos, obtendo então uma tarifa mais baixa para esse grupo específico. 
Riscos por Etapas (Risk Slicing)
  • A vida urbana cada vez mais congestionada levará a uma tendência maior do uso comum de veículos, algo do tipo pay-per-use. Analogamente, o seguro seguiria a mesma linha.
  • Pesquisa recente da Revista Forbes informou que o mercado global de partilha de veículos pode ultrapassar US$ 10 bilhões até 2020. 
Redução de Riscos (Risk Reduction)
  • O conceito revolucionário do carro sem motorista (driverless car) pode trazer conseqüências elevadas para a sociedade (em vários sentidos), e para o seguro de automóvel em particular.
  • Na Califórnia, carros sem motoristas já podem circular legalmente e, em 2012, pesquisa informou que 37% dos consumidores norte-americanos estavam interessados nessa tecnologia..
  • Com isso, o seguro de automóvel pode, teoricamente e em termos relativos, perder importância no longo prazo.

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