Crime cibernético preocupa mais do que mudanças climáticas
Risco foi apontado por 41% das empresas brasileiras ouvidas na edição 2025 de estudo da Allianz para 2025
Valor Econômico - 27 de Janeiro de 2025A possibilidade de sofrer um ataque cibernético é uma preocupação para as empresas brasileiras maior do que as mudanças climáticas, segundo um estudo feito pela Allianz Seguros. Na edição de 2024 do mesmo estudo, as mudanças no clima eram o principal risco apontado. Cerca de 41% dos respondentes apontaram os incidentes cibernéticos como maior risco para os negócios. Em 2024, eram 31%.
No caso das mudanças climáticas, foram 38% das respostas,
ante 35% no ano passado. Em terceiro lugar da lista, aparecem as catástrofes
naturais (36%), seguidas pela interrupção dos negócios (32%) e por incêndios
(19%). Mudanças no mercado e apagões elétricos entraram neste ano na lista de
maiores riscos, em 6º e 9° lugar, respectivamente.
Globalmente, os incidentes cibernéticos são classificados
também como o risco mais importante, segundo o estudo, chamado de “Barômetro de
Risco Allianz”. Quase 40% dos entrevistados apontaram os incidentes, como
violações de dados e ataques de ransomware, como maior motivo de preocupação.
“Para muitas empresas, o risco cibernético, exacerbado pelo rápido
desenvolvimento da inteligência artificial (IA), é a grande ameaça que se
sobrepõe a todas as outras. É provável que continue a ser um dos principais riscos
para as organizações no futuro, dada a crescente dependência da tecnologia – o
incidente do CrowdStrike em 2024 mais uma vez destacou o quanto todos nós
dependemos de sistemas de TI seguros e dependentes”, diz Rishi Baviskar,
diretor global de consultoria de risco cibernético da Allianz Commercial, em
nota.
Em julho, a empresa de cibersegurança CrowdStrike teve uma
falha de atualização de software que provocou um apagão global e afetou
sistemas de companhias aéreas e bancos. Só a Delta Airlines teve um custo de
US$ 500 milhões com o evento, conforme informações divulgadas na época. Também
no ranking global, aparece em segundo lugar de maiores riscos a interrupção dos
negócios, com 31% das respostas. Ela ocorre normalmente como consequência de
eventos como desastres naturais, ataques cibernéticos ou apagões, insolvência
ou riscos políticos, que afetam a capacidade das companhias de operar. As
catástrofes naturais ficaram em 3º lugar, após mais um ano de eventos extremos,
seguidas por mudanças na legislação e na regulamentação em 4º lugar.
O “Barômetro de Risco Allianz” é um ranking anual de riscos
empresariais compilado pela Allianz Commercial, seguradora corporativa do Grupo
Allianz, em conjunto com outras entidades do grupo. Ele considera as opiniões
de 3.778 especialistas em gerenciamento de riscos em 106 países e territórios,
incluindo presidentes de empresas, gerentes de riscos, corretores e
especialistas em seguros.