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Santander traz CEO da HDI e reforça a área de seguros

Valor Econômico - 30 de Setembro de 2022

Diferentemente do outros grandes bancos, que têm uma área de seguros com uma estrutura bastante definida - a maioria até com holding separada -, no Santander Brasil as atividades desse segmento estão espalhadas por outros departamentos. Agora, a instituição trouxe Murilo Riedel, que tem 35 anos de experiência no setor e era CEO da HDI no país, para liderar a vertical, reforçando e reformulando a operação.

Até por não ser um CNPJ separado, o Santander não abre números da sua operação de seguros, mas Riedel diz que ela tem uma participação bastante importante no faturamento da instituição. Além disso, o Brasil representa 50% de tudo o que o Grupo Santander arrecada com seguros no mundo. Os principais produtos são seguros de vida, proteção financeira, residencial, empresarial e automotivo.

O ecossistema de seguros do Santander é formado por diversas partes. O banco tem uma fatia de 49% na seguradora Zurich Santander - em parceria com a suíça Zurich Insurance - e de 50% na Santander Auto, onde o outro sócio é a alemã HDI, justamente de onde Riedel veio. A instituição também tem uma corretora, lançou recentemente o serviço de assistência HelpS e tem um importante setor de veículos, formado pelo marketplace Auto Compara, o site de classificados Web Motors e as participações em bancos de montadoras - 39,89% no RCI, em parceria com a Renautl/Nissan; 50% no PSA, em parceria com a Peugeot/Citroën; e 50% no Hyundai.

Desde que chegou no Santander, Riedel implementou o projeto do HelpS (que já estava planejado), lançou uma campanha para facilitar a contratação de seguro fiança por pequenas e médias empresas e agora está reformulando os produtos de vida. O novo seguro de vida terá um limite de idade de 70 anos - a praxe no mercado é entre 60 e 65 anos -, diárias de afastamento temporário por até 90 dias, cobertura para dez doenças graves (que dá a possibilidade de receber a indenização em vida), limite de valor de até R$ 3 milhões, além de outros benefícios, como telemedicina e assistência funeral.

No seguro de acidentes pessoais, a idade máxima é 80 anos, não há limitação de categorias profissionais e a indenização vai até R$ 1 milhão. Em ambos, a contratação é digital. “O que nós estamos chamando agora de Santander Seguros não tinha a estrutura de um ‘business’ único, estava todo fragmentado, e a minha vinda para cá é mesmo com o objetivo de colocar sentido em todo esse ecossistema, para que possamos trabalhar de forma sinérgica”, diz.

O executivo não detalha valores investidos em tecnologia, mas afirma que a vertical ganhou uma área de TI dedicada, com o dobro de capital humano e recursos. Ele afirma ainda que, agora com a nova estrutura, passa a olhar com mais atenção oportunidades de fusões e aquisições.

Para ele, o segmento auto tem um enorme potencial, dado que, pelo ecossistema do banco e a volumetria de faturamento, a parte de seguros ainda está aquém do que seria sua fatia “justa” de participação de mercado. “Nossa ambição é ser um dos maiores distribuidores de seguros auto do mercado brasileiro. Nossa jornada simples e digital é um diferencial imenso.” Assim, a lógica seria que o seguro auto subisse para o terceiro lugar no ranking dos maiores ramos do banco, da posição atual de quinto.

Sobre as expectativas de expansão com essa nova estrutura, Riedel afirma apenas que o plano é acelerar um pouco mais o crescimento, que já vinha forte. “As metas são agressivas.” A ideia, em todos os ramos, é tirar a ligação do seguro com um momento de emergência do cliente e mostrar que o banco está lá para apoiar o segurado no dia a dia. Por enquanto, o plano é trabalhar a base de mais de 56 milhões de clientes do banco, sem um foco específico no chamado mar aberto.