IRB projeta "potencial melhora" na sinistralidade nos próximos trimestres
Executivos contam com o arrefecimento dos eventos atípicos que elevaram os índices nos últimos meses
Valor Econômico - 18 de Maio de 2022O IRB estima potencial melhora na sinistralidade nos próximos trimestres com o arrefecimento dos eventos que afetaram o índice no fim do ano passado e começo de 2022. Segundo o CEO do ressegurador, Raphael de Carvalho, em teleconferência de resultados, 'as condições climáticas tiveram intensidade atípica e afetaram todo o mercado'.
Na visão do vice-presidente técnico e de operações, Wilson
Toneto, apesar da piora em relação ao primeiro trimestre de 2021, o índice de
sinistralidade de 81%, observado no fim de março de 2022, é o menor dos últimos
três trimestres. Na comparação com o último período de 2021, por exemplo, o
indicador está 42 pontos percentuais abaixo. 'O montante nominal de sinistros
registrados alcançou R$ 933 milhões no primeiro trimestre de 2022 e representa
o menor valor nos últimos cinco períodos', disse o executivo.
Um ponto ressaltado por Toneto foi o pequeno efeito de contratos
anteriores a julho de 2020, vistos como mais deficitários. 'No trimestre,
os nossos sinistros vieram dos anos de subscrição de 2020 e 2021 confirmando a
redução das safras anteriores a 2020 que a gente chama de caudas',
pontuou. Conforme o vice-presidente, 'na grande maioria dos contratos
renovados tivemos revisão das taxas, das condições técnicas e da própria
participação do IRB e tudo isso vai contribuir para o desempenho em 2022'.
Toneto lembra ainda que as condições climáticas tão extremas
tendem a melhorar nos próximos períodos. 'Segundo as estatísticas
públicas, desde que foi criada a subvenção do seguro rural foi o pior ano da
série histórica”.
A mesma percepção recai sobre outro fator de impacto na
sinsitralidade, a pandemia. 'Os sinistros relacionados à covid-19 devem
arrefecer nos próximos trimestres', disse.
Carvalho também citou que a melhoria dos resultados do IRB,
que apresentou lucro líquido de R$ 80,5 milhões no primeiro trimestre, com alta
de 58% sobre o mesmo período do ano passado, ocorreu 'em um período
especialmente desafiador por conta dos efeitos climáticos e da covid-19'.