Betterfly busca 2 milhões de clientes no país neste ano
O novo diretor executivo da insurtech Betterfly, Caio Ribeiro, assumiu o posto há quatro meses com a missão de fazer das operações brasileiras as mais relevantes da empresa, que recentemente fez nova rodada de capital na qual foi avaliada como um “unicórnio”. O objetivo da empresa é ter 2 milhões de pessoas com cobertura no país em 2022.
A chilena Betterfly foi avaliada em mais de US$ 1 bilhão
após receber novos aportes, em fevereiro deste ano. A empresa levantou US$ 125
milhões em uma rodada de financiamento série C. Com os novos recursos, a
empresa vai ter operações em mais sete países, mas o Brasil será a operação
mais importante para a companhia, de acordo com o executivo. Globalmente, o
objetivo da Betterfly é proteger 100 milhões de pessoas até 2025 e o Brasil
deve ficar com uma fatia entre 25% e 30%, afirma Ribeiro.
A empresa foi criada pelo chileno Eduardo della Maggiora,
que trabalhava em um banco de investimentos nos Estados Unidos e se viu com
sobrepeso e enfrentando uma crise de “burnout”. O executivo conseguiu mudar de
vida e se tornou triatleta, enquanto prestava trabalho voluntário na África.
Depois de algum tempo tentando, com a Betterfly encontrou o modelo que
considerava ideal para unir os dois propósitos.
A ideia da Betterfly é aliar hábitos saudáveis à cobertura
de seguros, com impacto social. Com foco em empresas, a insurtech oferece uma
assinatura de benefícios digitais, que dá a cada funcionário um seguro de vida
dinâmico. A cobertura cresce a partir da prática de hábitos saudáveis em sua
rotina diária. Com os benefícios, também é possível contribuir com ações
sociais.
O lançamento oficial da marca no Brasil foi realizado ontem.
“Abrimos conversas com dezenas de grandes empresas e temos sido bem recebidos
por elas”, diz o executivo responsável pela operação brasileira.
Ribeiro teve uma passagem de quase dez anos pelo Mercado
Livre e também foi responsável pelas operações no Brasil da fintech ADDI. Entre
outros cargos que ocupou, também esteve à frente de áreas no banco Santander.
Desde fevereiro, ocupa a principal posição na Betterfly.
Segundo o executivo, os departamentos de recursos humanos
das empresas estão saturados e há falta de engajamento nos benefícios dos
funcionários, algo que a insurtech promete mudar. No Chile, o aplicativo da
Betterfly é utilizado diariamente por 70% dos usuários, afirma. A utilização,
considerada alta, vem da “gamificação” do produto. À medida que o usuário faz
mais exercícios ou outras atividades ligadas ao bem-estar, o valor da cobertura
do seguro de vida fica também aumenta.
As companhias de maior porte têm um ciclo de decisão mais
longo. Já as pequenas e médias tendem a adotar rapidamente, mas há o trabalho
de ajudá-las a valorizar o benefício para os funcionários, segundo o executivo.
Muitas das maiores empresas já possuem contratos de seguros de vida em grupo
para seus funcionários. Mas o produto da Betterfly não substitui esse
benefício, afirma. “A função do nosso produto é para que o funcionário tenha
hábitos saudáveis, e faça pequenas mudanças para ter uma vida mais plena”, diz.