Fenseg prevê salto de 40% em venda de seguro agrícola
O crescimento pode ser ainda mais expressivo, de 50%, se o Ministério da Economia aceitar remanejar R$ 376 milhões adicionais para o programa de subvenção ao seguro rural (PSR)
O Estado de S. Paulo - 20 de Setembro de 2021O crescente interesse de produtores em contratar um seguro agrícola (contra perdas em lavouras) leva a Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) a elevar suas estimativas para 2021. Se inicialmente a Fenseg previa fechar o ano com valor cerca de 30% maior em apólices, repetindo o crescimento de 2020, agora a perspectiva é de 40%. De janeiro a junho, o montante já alcançou R$ 2,06 bilhões, 38% acima de um ano antes. “Produtores veem agricultores de outras regiões com problemas e se animam a fazer seguro também”, explica Joaquim Neto, presidente da Comissão de Seguro Rural da Fenseg. O salto é atribuído, além disso, à alta dos valores dos prêmios, cujo cálculo acompanha os preços de insumos e commodities agrícolas, que bateram recorde este ano.
A demanda para o milho de inverno, mais suscetível a secas e
geadas, impulsionou os resultados, segundo Neto. O total de prêmios para a
cultura em 2021, de R$ 445,1 milhões, já superou os R$ 316,8 milhões de 2020. O
número de apólices também aumentou, de 33,1 mil para 34,4 mil, mas a área
segurada (com subvenção), de 2,378 milhões de hectares, ainda não ultrapassou
os 2,792 milhões do ano passado, conforme dados do Ministério da Agricultura.
O crescimento do mercado de seguro agrícola pode ser ainda
mais expressivo, de 50%, se o Ministério da Economia aceitar remanejar de outras
linhas R$ 376 milhões adicionais para o programa de subvenção ao seguro rural
(PSR), afirma Neto. Dos R$ 924 milhões previstos para 2021, R$ 890 milhões já
foram consumidos. O Ministério da Agricultura encaminhou a proposta na semana
passada à Economia. Há expectativa de uma resposta nos próximos dias.
Com o aval à suplementação e R$ 1,3 bilhão em subvenção,
seria possível chegar a quase 14 milhões de hectares cobertos neste ano,
segundo Pedro Loyola, diretor de Gestão de Risco da Secretaria de Política
Agrícola do Ministério da Agricultura. Até o momento, 8,6 milhões de hectares
foram cobertos pelo PSR, abaixo dos 13,3 milhões de todo o ano passado.