Nova parceria quer ampliar conhecimento sobre setor de seguros
O impacto da digitalização no setor de seguros, as mudanças
de comportamentos ocasionadas pela pandemia e a expectativa do início do ‘open
insurance’ [sistema de compartilhamento de dados da indústria de seguros] no
Brasil, motivaram uma parceria da PUC-Rio com a Escola de Negócios e Seguros
(ENS). As instituições de ensino irão produzir cursos, workshops e formar
grupos de pesquisa acadêmica sobre o setor. O objetivo é atingir 10 mil alunos
no país -— sendo um público mais geral, de consumidores a consultores, ao mesmo
tempo que querem debater novas competências que profissionais do setor precisam
desenvolver.
“Queremos trazer as discussões do momento do setor, que vão
desde a LGPD e compartilhamento de dados, mudança na distribuição e vendas até
como o ‘open insurance’ vai transformar o setor, mudando interfaces, criando
novas soluções e o próprio olhar das pessoas para uma proteção financeira mais
ampla”, diz Rafael Nasser, coordenador executivo e professor do IAPUC
(Instituto de Gestão de Riscos Financeiros e Atuariais, da PUC-Rio).
Há pelo menos cinco anos, quando criou um programa de
inovação em seguros com o IRB Brasil, o IAPUC vê a demanda por esses novos
conhecimentos crescer, afirma Luiz Roberto Cunha, presidente do IAPUC.
Do lado da ENS, a parceria é importante porque a escola
acredita que os profissionais de seguros precisam ter acesso a conhecimentos
mais amplos, inclusive de outros setores, para melhor definir riscos e
encontrar oportunidades de novas soluções. Uma área específica da ENS será
criada dentro da plataforma de educação da PUC-Rio, a ECOA, e que já reúne
conhecimentos produzidos por vários departamentos da instituição. Ali, serão
compartilhados 450 programas hoje oferecidos pela ENS — totalizando até 5 mil
horas de vídeos.
A PUC-Rio também poderá utilizar a Sala do Futuro, espaço
físico, aberto pela ENS em 2020 em São Paulo, e que abriga telas em alta
resolução para receber 40 alunos remotos e até 30 presenciais.
No aspecto acadêmico, a parceria quer unir professores e
alunos de ambas as instituições para mapear mudanças de comportamentos e de
tecnologia que estão influenciando a forma como as pessoas veem e consomem
seguros, diz Tarcísio Godoy, diretor geral da ENS. “Por conta da pandemia, os
comportamentos se alteraram. Saindo menos e com as vias mais congestionadas,
muita gente, por exemplo, passou a repensar o seguro de automóvel ao mesmo tempo
que muitas olharam pela primeira vez para um seguro de vida”.