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Rede D’Or vai investir R$ 17 bi em 5 anos

Valor Econômico - 16 de Julho de 2021

A Rede D’Or, maior grupo hospitalar do país, pretende investir R$ 17 bilhões em expansão nos próximos cinco anos, disse Leandro Reis Tavares, vice-presidente médico da companhia, na “Live do Valor ”, realizada ontem. Os recursos serão aplicados em crescimento orgânico e aquisições de ativos em diferentes regiões do país. Neste ano, o grupo já promoveu quatro aquisições que somaram cerca de R$ 1 bilhão.

A Rede D’Or está bem capitalizada após abrir o capital na B3 e fazer uma oferta subsequente de ações. Estas captações injetaram cerca de R$ 10 bilhões no caixa da companhia. Tavares disse que o processo de consolidação no setor ainda vai levar alguns anos porque é um mercado muito pulverizado. “A gente deve enxergar durante um tempo um ciclo de consolidação. E o setor está longe de ser consolidado”, disse Tavares. Observou que a Rede D’Or, apesar de ser o maior grupo do setor, não tem 9% do mercado, considerando o faturamento.

O executivo afirmou que o setor hospitalar precisa de escala e que hoje a maioria dos hospitais do Brasil não chega a ter 60 leitos. Ele exemplificou que na Europa e Estados Unidos esse processo de aumento do número de leitos por hospital já ocorreu. “O número de 60 leitos por hospital é o que os EUA tinham em 1919”, disse.

Além dos hospitais, a Rede D’Or também está olhando outros serviços de saúde como laboratórios e clínicas oncológicas para fortalecer sua rede de prestação de serviços. Há uma tendência dos grupos hospitalares participarem dos vários elos da cadeia de atendimento médico, desde exames preventivos até cirurgias complexas e no pós-alta.

Para isso, eles vêm investindo para ter uma oferta completa de serviços. “Somos conhecidos pelos hospitais. Mas somos há muito tempo a maior rede integradora de saúde”, disse Tavares. A Rede D’Or tem ainda parcerias com seguradoras e operadoras em planos de saúde com uma rede formada pelos hospitais, clínicas, laboratórios e demais serviços de saúde do grupo.

Em paralelo à expansão do grupo, Tavares comemora a redução de internações de pacientes acometidos pela covid-19, em todos os nove Estados e Distrito Federal. “Pela primeira vez desde o início da pandemia, observamos uma consistente queda na procura de paciente covid-19. Além da queda na internação do paciente com covid-19”, afirmou. Hoje, os 58 hospitais do grupo têm 1 mil pacientes com ou suspeita da doença. Em março, pico da segunda onda, esse número bateu em 3 mil.

O executivo disse que a vacinação já ajudou a reduzir consideravelmente o volume de pacientes idosos - essa foi a primeira faixa etária na campanha de imunização. Hoje, a idade média dos pacientes nos hospitais do grupo é de 50 anos. “A vacina é o que vai tirar a gente dessa situação, junto das medidas de distanciamento”.

Uma das preocupações, entretanto, são as sequelas provocadas pela doença. Segundo Tavares, os pacientes estão precisando de muita ajuda após as internações, para reabilitação pulmonar, cardíaca e até cognitiva. “Temos toda uma área dentro da companhia hoje para fazer acompanhamento. A alta do paciente de covid-19 é só a primeira etapa”.