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Brasileiros estão apreensivos com economia e condição financeira pessoal

Valor Econômico - 15 de Julho de 2021

Os brasileiros ainda estão apreensivos com o rumo da economia e da condição financeira pessoal, mostra nova pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada nesta quarta-feira. Pouco mais da metade dos 3 mil entrevistados (52%) não acredita que a situação financeira pessoal se recupere ainda este ano e cerca de dois terços (68%) não esperam retomada da economia brasileira em 2021.

Em nota, Isaac Sidney, presidente da Febraban, disse que a maioria dos números da pesquisa atual, chamada de Radar Febraban, está melhor em relação ao levantamento feito em março último, mas o receio da população persiste. “Esse cenário mostra que ainda precisamos perseverar nas reformas estruturais e na melhoria do ambiente econômico no país”, sugere.

Conforme o levantamento feito entre 18 e 25 de junho, embora ainda elevado, o pessimismo em relação à economia diminuiu de 75% dos consultados em março para 68%. A expectativa de recuperação em 2021 cresceu para 13%, ante 9% no levantamento anterior. Mais da metade da população (52%) acha que o desemprego vai aumentar (70% antes), 73% apostam no crescimento da inflação/custo de vida (80% antes) e 72% na alta da taxa de juros (76% antes).

Sobre a situação financeira, os percentuais dos que não acreditam que a situação financeira pessoal se recupere ainda este ano (52%) e dos mais otimistas (23%) são praticamente os mesmos do levantamento de março.

Caso a situação financeira melhore, cerca de um terço dos entrevistados disse que deseja investir seus recursos extras em poupança (32%) ou outro tipo de investimento bancário (34%). com viagens é a opção de 29% dos entrevistados e, para 27%, é mais interessante investir em imóveis. Destinar dinheiro extra para melhorar a sua educação e a de seus familiares é opção de 26% das pessoas.

Opções como reformar casa ou comprar carro foram mencionadas, respectivamente, por 24% e 19% dos entrevistados. Menos de um quinto cita a compra de eletrodomésticos e eletrônicos (15%) e a contratação ou melhoria do plano de saúde (12%); a expectativa por investimento em seguros (carro, casa ou vida) é de 9% e em compra de moto é de 5%.

Comparativamente ao estudo de março, as expectativas avançaram em relação à maioria dos tipos de investimentos, exceto os relacionados ao plano de saúde (caiu de 17% para 12%). As principais variações no ranking de expectativas sobre investimentos se deram em relação a outros investimentos bancários diferentes da poupança (aumento de 7 pontos) e compra de carro (aumento de 8 pontos).

Quanto ao acesso ao crédito das pessoas e das empresas, é maior o contingente que acredita em aumento (36%) do que em diminuição (26%), e para 33% vai ficar igual (esses percentuais eram 30%, 35% e 29%, respectivamente). Para 48% dos entrevistados, o poder de compra das pessoas deve diminuir, ao passo que 25% preveem um aumento e 23% consideram que não sofrerá alteração. No levantamento anterior, eram 64%, 16% e 18%.

A Febraban também questionou sobre a imagem das instituições financeiras. Mais da metade acham que as instituições contribuem positivamente para o desenvolvimento da economia brasileira (53%) – em março eram 51% – e para ajudar o país, a população e seus clientes a enfrentarem a crise da covid-19 (52%) – antes eram 45%. Chega a 45% o número de pessoas que veem contribuição positiva dos bancos em relação à melhoria na qualidade de vida dos brasileiros (42% antes) e a 43% os que identificam essa contribuição positiva na geração de empregos (40% antes).

A federação aproveitou ainda para saber o que os entrevistados pensam em relação ao open banking, plataforma de compartilhamento de dados financeiros em implementação, cuja segunda fase, que começaria amanhã, foi adiada para 13 de agosto. Os resultados desta parte da pesquisa não foram animadores.

O open banking é desconhecido para 57% dos entrevistados, enquanto 41% já ouviram falar. Depois de serem informados de que se trata de “um sistema em que a pessoa autoriza o compartilhamento dos seus dados e seu histórico financeiro entre bancos que desejar, de forma que o setor bancário possa conhecer o perfil do cliente e oferecer-lhes novos produtos e serviços mais personalizados”, 45% expressaram opinião positiva sobre o mecanismo, 20% consideraram negativo e 28% disseram que não é nem positivo nem negativo.

O potencial de adesão ao open banking é de 16% (pessoas que “com certeza” irão aderir) e mais 46% que “podem ou não” aderir; ao passo que 30% disseram que “com certeza” não irão aderir.