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Omint desenvolve nova marca para oferecer convênio para pessoa física

Valor Econômico - 12 de Maio de 2021

O Valor Econômico informa que a operadora de plano de saúde Omint decidiu criar sua própria startup e está voltando ao mercado de planos individuais com a Kipp Saúde. “A Kipp é uma empresa à parte da Omint e será o braço onde vamos investir todo nosso foco de inovação”, diz o CEO do grupo André Coutinho. “Os produtos para empresas ficam na Omint e os de pessoas físicas na Kipp”.

A Omint chegou a ter planos para pessoa física, mas, com o tempo, “o custo elevado tornou inviável para a empresa continuar oferecendo esses produtos”. O grupo parou de oferecer planos individuais em 2014. Em termos de preços, “estamos estimando algo na casa de R$ 800 a R$ 1 mil de tíquete médio na faixa de 35 a 40 anos”, cita o CEO da companhia. “A gente vai entrar nesse mercado para se tornar líder em curto espaço de tempo.”

De acordo com Coutinho, “todo o investimento por enquanto tem sido feito com recursos próprios”. A Omint explica que a empresa planeja aplicar no projeto R$ 200 milhões nos próximos três anos. “A gente quer crescer com expansão geográfica”, diz o CEO. “Não temos ideia, por enquanto, de aquisição de carteiras e não temos planejamento de aquisição de startups.”

A Kipp deve lançar quatro produtos que vão cobrir a cidade de São Paulo. Até o fim do ano, a meta é lançar mais oito planos e estender a cobertura para a grande São Paulo, além de incluir serviços de odontologia.

Há pelo menos dez anos, as seguradoras e maiores operadoras de planos de saúde vêm reduzindo a oferta de plano de saúde individual, principalmente, porque o reajuste dessa modalidade é controlado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e os percentuais aplicados são inferiores ao praticado no mercado de plano coletivo. As empresas do setor passaram a vender mais planos empresariais, nos quais os reajustes são negociados diretamente com companhias contratantes.

Durante a pandemia, quando houve aumento do desemprego e, consequentemente, redução de planos de saúde concedidos pelas empresas aos funcionários, houve expansão significativa dos planos para pequena e média empresas (PME) com apenas um usuário - o que é praticamente um plano individual. A Omint também vende esse tipo de plano PME, que dá cobertura para apenas uma pessoa, ou “vida”, no jargão do setor.

No ano passado, duas novatas, Qsaúde e Alice, passaram a vender planos individuais. As “health techs” fazem acompanhamento sistemático da saúde dos usuários, a fim de evitar que o paciente tenha problemas mais sérios e precise ser internado. A internação hospitalar representa o maior custo dos planos de saúde. As novas startups de saúde investem numa rede credenciada menor, mas com hospitais e médicos de primeira linha.

“A pandemia trouxe desenvolvimento de uma série de tecnologias que, antes da crise, já existiam, mas com baixa adesão, como a telemedicina e os prontuários eletrônicos”, diz Coutinho. A proposta da Kipp é a de “fazer uma gestão geral da saúde do beneficiário”.

O diretor de Saúde da Omint, Eduardo Monteiro, diz que o mercado está começando a se abrir. “Apenas 8% da população atualmente tem acesso a um plano de saúde para pessoa física”, diz. No país, há 48 milhões de usuários de planos de saúde, sendo que 9 milhões são planos individuais.