Omint desenvolve nova marca para oferecer convênio para pessoa física
O Valor Econômico informa que a operadora de plano de saúde
Omint decidiu criar sua própria startup e está voltando ao mercado de planos
individuais com a Kipp Saúde. “A Kipp é uma empresa à parte da Omint e será o
braço onde vamos investir todo nosso foco de inovação”, diz o CEO do grupo
André Coutinho. “Os produtos para empresas ficam na Omint e os de pessoas
físicas na Kipp”.
A Omint chegou a ter planos para pessoa física, mas, com o
tempo, “o custo elevado tornou inviável para a empresa continuar oferecendo
esses produtos”. O grupo parou de oferecer planos individuais em 2014. Em
termos de preços, “estamos estimando algo na casa de R$ 800 a R$ 1 mil de
tíquete médio na faixa de 35 a 40 anos”, cita o CEO da companhia. “A gente vai
entrar nesse mercado para se tornar líder em curto espaço de tempo.”
De acordo com Coutinho, “todo o investimento por enquanto
tem sido feito com recursos próprios”. A Omint explica que a empresa planeja
aplicar no projeto R$ 200 milhões nos próximos três anos. “A gente quer crescer
com expansão geográfica”, diz o CEO. “Não temos ideia, por enquanto, de
aquisição de carteiras e não temos planejamento de aquisição de startups.”
A Kipp deve lançar quatro produtos que vão cobrir a cidade
de São Paulo. Até o fim do ano, a meta é lançar mais oito planos e estender a
cobertura para a grande São Paulo, além de incluir serviços de odontologia.
Há pelo menos dez anos, as seguradoras e maiores operadoras
de planos de saúde vêm reduzindo a oferta de plano de saúde individual,
principalmente, porque o reajuste dessa modalidade é controlado pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e os percentuais aplicados são inferiores
ao praticado no mercado de plano coletivo. As empresas do setor passaram a
vender mais planos empresariais, nos quais os reajustes são negociados
diretamente com companhias contratantes.
Durante a pandemia, quando houve aumento do desemprego e,
consequentemente, redução de planos de saúde concedidos pelas empresas aos funcionários,
houve expansão significativa dos planos para pequena e média empresas (PME) com
apenas um usuário - o que é praticamente um plano individual. A Omint também
vende esse tipo de plano PME, que dá cobertura para apenas uma pessoa, ou
“vida”, no jargão do setor.
No ano passado, duas novatas, Qsaúde e Alice, passaram a
vender planos individuais. As “health techs” fazem acompanhamento sistemático
da saúde dos usuários, a fim de evitar que o paciente tenha problemas mais
sérios e precise ser internado. A internação hospitalar representa o maior
custo dos planos de saúde. As novas startups de saúde investem numa rede
credenciada menor, mas com hospitais e médicos de primeira linha.
“A pandemia trouxe desenvolvimento de uma série de
tecnologias que, antes da crise, já existiam, mas com baixa adesão, como a
telemedicina e os prontuários eletrônicos”, diz Coutinho. A proposta da Kipp é
a de “fazer uma gestão geral da saúde do beneficiário”.
O diretor de Saúde da Omint, Eduardo Monteiro, diz que o
mercado está começando a se abrir. “Apenas 8% da população atualmente tem
acesso a um plano de saúde para pessoa física”, diz. No país, há 48 milhões de
usuários de planos de saúde, sendo que 9 milhões são planos individuais.