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Artigo: Por que o futuro do trabalho pode ser híbrido?

John Richard - 20 de Janeiro de 2021

Por John Richard

Com a aproximação de um calendário consistente de vacinação em massa, as empresas já começaram a olhar para o futuro pós-pandemia. E muitas das que zeram este movimento chegaram a uma conclusão que está em linha com descobertas feitas por pesquisas importantes sobre o tema: a visão do cenário de médio e longo prazo para os modelos de trabalho é de integração entre o home office e o trabalho no escritório. Afinal, de todas as mudanças que aconteceram em 2020, é consenso que uma veio para ficar: o home office como parte importante da carga horária de trabalho.

Uma pesquisa realizada pela Salesforce – empresa especializada em ferramentas de CRM – com mais de 20 mil pessoas na Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França, Índia, Japão, Nova Zelândia, Reino Unido e Singapura, mostrou que 52% dos entrevistados trocariam de emprego se isso significasse que poderiam trabalhar remotamente. E um dado muito importante para se levar em consideração: 57% dos profissionais que estavam atuando de maneira presencial comentaram que conseguiriam trabalhar remotamente se sua empresa oferecesse condições que os apoiassem em sua viabilização.

Hoje, as empresas estão gerenciando os modelos de trabalho de formas variadas. Algumas deram permissão para funcionários continuarem trabalhando remotamente em 2021, outras trouxeram os funcionários de volta para o local de trabalho em horários diferentes e em grupos escalonados, e outras ainda deixaram à cargo de cada time (ou até mesmo de cada indivíduo) decidir onde trabalhariam. Mas todas essas medidas vinham sendo encaradas como temporárias, com um grau de flutuação muito alto. Por isso, como política estruturada de longo prazo e para combinar as vantagens do trabalho remoto e do trabalho no escritório, as empresas têm convergido seu planejamento para diferentes modelos permanentes de trabalho híbrido.

O trabalho híbrido na prática

Embora “híbrido” seja a chave para entender o futuro mais flexível do trabalho, a palavra engloba muitos modelos possíveis. O elemento comum a todos é que o trabalho híbrido dá mais liberdade para o colaborador sobre quando e onde ele vai trabalhar, garantindo a autonomia que ele precisa para ajustar o trabalho à sua vida, em vez de estruturar os dias da semana de acordo com o relógio de ponto. Com isso, não só os colaboradores, mas as empresas, colhem o melhor dos dois mundos: estrutura e sociabilidade de um lado e independência e flexibilidade do outro.

Mas como isso pode se dar na prática? A maior parte das empresas híbridas adotou um formato – acelerado desde o início da pandemia – que equilibra esses dois mundos em nome da produtividade e da unidade da cultura organizacional: a designação de determinados dias para reuniões e colaboração no escritório, com outros dias em trabalho remoto, dedicados para tarefas que precisam de foco individual.

Isso porque a presença física pode ser necessária para orientações e instruções top down, formação e aprimoramento de profissionais e equipes e lançamento de projetos (como vimos em nosso artigo sobre tendências para 2021), mas não é fundamental para outros trabalhos. Em muitos casos, uma tarefa que pode levar várias horas no escritório pode ser concluída em muito menos tempo em casa.

Há, também, os casos de empresas que simplesmente não podem abrir mão dos seus escritórios por razões práticas: ou porque ainda há materiais estratégicos que precisam ser preservados na sede, ou porque não podem se desfazer de equipamentos importantes, por exemplo. Os motivos são diversos, e todos compreensíveis.

De todo jeito, não importa o cenário, são necessárias readequações nos escritórios para que se tornem ambientes híbridos funcionais. A própria geografia e o espaço dedicado para cada colaborador deve ser revista, com consequências no mobiliário disponível. Anal, mesas modulares e painéis protetores ainda farão parte do nosso dia a dia algum tempo depois que a pandemia for controlada.

Os móveis também serão uma questão importante para aquelas empresas que considerarem mudar dos prédios corporativos para parques industriais ou campi abertos e descentralizados que facilitem o distanciamento social. Faz muito sentido que as organizações reavaliem suas estruturas físicas, desde que não eliminem o espaço para reuniões, porque uma coisa é certa: as sedes passarão a ter um papel muito mais gregário, resgatando sua origem nobre de troca de inteligência (profissional, social e emocional), algo que havia sido esquecido com o passar dos anos e a obviedade das nossas antigas rotinas.

O futuro híbrido

Em última análise, há muitos motivos para todos ficarmos otimistas em relação ao futuro. Mesmo antes da Covid-19, era notório que as organizações precisavam repensar práticas convencionais, mas ineficientes, como enfrentar duas horas de trânsito para participar de uma reunião de uma hora. Os benefícios do home office, neste sentido, são imbatíveis e por isso ganharam esse caráter evidente de permanência nos últimos meses e para 2021.

Tudo o que as empresas precisam fazer é planejar a adaptação dos seus ambientes corporativos para o novo momento do trabalho. E isso passa por uma reavaliação do mobiliário que realmente é necessário e a sua adequação). Em relação ao home office, oferecê-lo como um benefício não vai ajudar apenas o colaborador, como a própria empresa. Ela preservará a saúde dos times e o ganho em qualidade de vida que eles terão não só por isso, mas pela liberdade para gerir suas responsabilidades, vai aumentar a produtividade geral, algo já foi registrado em inúmeras pesquisas mundo afora.