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Unimed estuda criar plano para a base da pirâmide

Valor Econômico - 11 de Janeiro de 2021

Diante da forte expansão das operadoras verticalizadas, as Unimeds estão analisando a possibilidade de entrar no mercado de planos de saúde voltados à base da pirâmide, relata o Valor Econômico. A ideia é construir unidades próprias como hospitais e clínicas e não adquirir como vem fazendo os demais grupos de saúde.

“Defendo que as Unimeds deveriam entrar nesse mercado, mas não pagando esses múltiplos que estão sendo negociados. Uma opção seria a construção. Esse será o principal tema de discussão das Unimeds neste ano”, disse Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed, que encerrou o ano passado com 551 mil usuários. A seguradora não tem unidades próprias. Seus clientes são atendidos na rede credenciada e alguns hospitais que pertencem às cooperativas médicas.

Na opinião de Freitas, é arriscado, num cenário de crise econômica do qual o país atravessa há vários anos, só oferecer produtos para os públicos de média e alta renda. Ele lembra que a Unimed-BH, cooperativa médica que presidiu durante oito anos, tem uma modalidade de plano de saúde com rede verticalizada que vem crescendo. “Esse plano compete um pouco com as operadoras verticalizadas, mas não tem um custo tão competitivo”, disse Freitas, destacando a transformação feita pela Hapvida e NotreDame Intermédica no mercado de planos de saúde nos últimos três anos.

A praça de Minas Gerais é um dos principais alvos das duas operadoras verticalizadas. As duas empresas investiram R$ 3,2 bilhões para adquirir ativos no mercado mineiro. As Unimeds detêm cerca de 38% do mercado de planos de saúde do país, mas suas atuações são bastante distintas conforme a praça. Há cooperativas médicas profissionalizadas e outras que carecem de uma gestão liderada por médicos com experiência em gestão.  

A Seguros Unimed encerrou o ano passado com uma receita de R$ 4 bilhões, alta de 8,25%, e um lucro líquido de R$ 234 milhões, crescimento de 11,9% quando comparado a 2019. O aumento na última linha do balanço foi impactado pela redução de procedimentos médicos devido à pandemia. A taxa de sinistralidade caiu sete pontos percentuais para 72,8%.