Unimed estuda criar plano para a base da pirâmide
Diante da forte expansão das operadoras verticalizadas, as Unimeds estão analisando a possibilidade de entrar no mercado de planos de saúde voltados à base da pirâmide, relata o Valor Econômico. A ideia é construir unidades próprias como hospitais e clínicas e não adquirir como vem fazendo os demais grupos de saúde.
“Defendo
que as Unimeds deveriam entrar nesse mercado, mas não pagando esses múltiplos
que estão sendo negociados. Uma opção seria a construção. Esse será o principal
tema de discussão das Unimeds neste ano”, disse Helton Freitas, presidente da
Seguros Unimed, que encerrou o ano passado com 551 mil usuários. A seguradora
não tem unidades próprias. Seus clientes são atendidos na rede credenciada e
alguns hospitais que pertencem às cooperativas médicas.
Na
opinião de Freitas, é arriscado, num cenário de crise econômica do qual o país
atravessa há vários anos, só oferecer produtos para os públicos de média e alta
renda. Ele lembra que a Unimed-BH, cooperativa médica que presidiu durante oito
anos, tem uma modalidade de plano de saúde com rede verticalizada que vem
crescendo. “Esse plano compete um pouco com as operadoras verticalizadas, mas
não tem um custo tão competitivo”, disse Freitas, destacando a transformação
feita pela Hapvida e NotreDame Intermédica no mercado de planos de saúde nos
últimos três anos.
A
praça de Minas Gerais é um dos principais alvos das duas operadoras
verticalizadas. As duas empresas investiram R$ 3,2 bilhões para adquirir ativos
no mercado mineiro. As Unimeds detêm cerca de 38% do mercado de planos de saúde
do país, mas suas atuações são bastante distintas conforme a praça. Há
cooperativas médicas profissionalizadas e outras que carecem de uma gestão
liderada por médicos com experiência em gestão.
A
Seguros Unimed encerrou o ano passado com uma receita de R$ 4 bilhões, alta de
8,25%, e um lucro líquido de R$ 234 milhões, crescimento de 11,9% quando
comparado a 2019. O aumento na última linha do balanço foi impactado pela
redução de procedimentos médicos devido à pandemia. A taxa de sinistralidade
caiu sete pontos percentuais para 72,8%.