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O que esperar de 2021 – Helio Kinoshita, VP da Mitsui Sumitomo Seguros

Sonho Seguro - 27 de Novembro de 2020
A série “O que esperar de 2021”, visa trazer um pouco de luz sobre as incertezas do próximo ano. Nesta edição, Helio Kinoshita, vice-presidente da Mitsui Sumitomo, fala um pouco sobre suas expectativas. Leia abaixo:


Como descreve o ano de 2020?

Certamente é um ano desafiador para todos. Apesar dos vários impactos negativos para as pessoas e para a economia por conta da Covid-19, para a Mitsui Sumitomo tem sido um ano muito bom. Isso porque a seguradora colhe os frutos do plano 2018/2021, que tem como base investimentos em pessoas, processos e inovação. A pandemia acelerou vários projetos que estavam no planejamento e colocamos a companhia em outro patamar, o que resulta em crescimento de 32% ao mês no ano. Desde 2018 aderimos a filosofia Lean, que propõe um novo jeito de fazer as coisas acontecerem. Pensamos e agimos mais rápido ao empoderar as equipes com ações pequenas. Se der certo, segue. Se não, corrige. E isso ajudou a nos reposicionar rapidamente num momento em que a agilidade tem sido a ordem do dia. A empresa anda numa velocidade diferente e tem um novo jeito de fazer a coisa acontecer de forma decentralizada.

Qual o impacto da pandemia na empresa?

Tivemos que agir rapidamente para colocar todos os nossos colaboradores em segurança e em trabalho remoto. Tivemos uma logística que envolveu Infraestrutura, área Administrativa e de Recursos Humanos. Inicialmente, prevíamos ter algum problema com queda de vendas e distribuição. Mas todos reagiram muito rápido. Foi um trabalho a quatro mãos com nossos corretores e parceiros de negócios. Uma verdadeira união no momento inicial da pandemia. Já no terceiro trimestre, passada a primeira expectativa de superar o desconhecido, intensificamos o viés inovador com novas formas de relacionamento e de produtos, reagindo neste tempo diferente que parece ser um possível novo normal. Tem sido uma experiência muito rica em todos os sentidos e para todos os envolvidos.

Quais as áreas mais afetadas?

Positivamente, por conta do isolamento social mais rigoroso no segundo trimestre, registramos queda na frequência dos pedidos de indenização, o que gerou efeito positivo para todo o setor. Por outro lado, a redução da taxa de juros determinada pelo governo afetou drasticamente o resultado das seguradoras com a queda do ganho financeiro obtido com a aplicação das reservas. Isso nos fez rever a estratégia sobre como aumentar as vendas e como reduzir despesas para melhorar o índice combinado.

Em linhas de negócios, a carteira de transporte foi a que mais sofreu com a quarentena, com exceção dos segmentos de medicamentos, agronegócios e alimentícios. Todos os outros bens de consumo tiveram queda significativa com a restrição de circulação de pessoas. O seguro de vida também sentiu efeitos negativos, pois a pandemia elevou a sinistralidade da carteira. O seguro de automóvel sofreu queda nas vendas com o fechamento das concessionárias, mas conseguimos manter a produção próxima ao planejado graças aos nossos parceiros corretores. Juntos, conseguimos inovações na oferta, o que resultou na retenção de clientes. O segmento de grandes riscos seguiu num ritmo positivo mesmo com a pandemia. Três anos consecutivos crescemos acima de 40% ao ano.

O que mudou na forma de se relacionar com o consumidor?

Temos investido muito em nossas parcerias. Os corretores são nosso principal canal, responsáveis por 65% da produção da Mitsui Sumitomo. A companhia busca uma diversificação no sentido de estar presente em outros canais, sempre fortalecendo o relacionamento com o corretor. Temos hoje cerca de 30 assessorias e parceiros com suporte automatizado, como Lojacorr, Seguralta, Sicredi entre outros. Também temos nos conectado com diversos bancos digitais. 

Quais as tendências da empresa e do setor para 2021?

Estamos muito otimistas com 2021. Há receios de uma possível desaceleração da economia por conta da segunda onda da Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos, mas estamos confiantes de que haverá uma solução. Temos algumas incógnitas sobre o Brasil, como a equalização do déficit fiscal, gerar empregos e retomar investimentos. Por outro lado, há uma agenda positiva do setor de seguros. A Susep tem como meta estimular o mercado. As ideias são inovadoras e podem impulsionar tanto os segmentos corporativos como individual. Sabemos que seguros ainda tem uma baixa penetração no Brasil e essa agenda deve estimular novos produtos que trarão mais negócios para as seguradoras e um leque maior de proteção para a sociedade de uma forma dinâmica. Especialmente para os programas de seguros globais. A nova regulamentação em curso pela Susep com sugestões dos participantes do mercado certamente vai facilitar a colocação de programas de seguros mundiais.

O crescimento de 32% ao mês obtido pela Mitsui Sumitomo nas vendas até setembro em 2020 é considerado por nós um sucesso, principalmente observando a expectativa da CNseg de crescimento do setor entre 3 e 4%.  Seguimos investindo na digitalização, tanto para garantir a eficiência operacional como para nos conectar com distribuidores e clientes. Esses projetos se tornam chave para o ciclo dos próximos quatro anos, que começaremos a desenhar no segundo semestre de 2021, um ano que exigiu muito de todos.