Busca por seguro residencial salta 42% na pandemia
Às vezes, uma única visita de um chaveiro ou eletricista pode custar o mesmo valor da apólice inteira
Valor Econômico - 19 de Novembro de 2020Quem está seguindo as recomendações da ciência e tem o privilégio de passar mais tempo em casa na pandemia passou a sentir falta de serviços que não sentia tanta falta antes. As pessoas notaram mais a necessidade de poder contar com o auxílio de profissionais para resolver problemas corriqueiros, como um chaveiro para abrir a porta à noite, o eletricista para consertar o chuveiro que queimou na madrugada ou o encanador para arrumar o cano que estourou de repente.
O home office fez a busca por seguro residencial saltar 42%
entre março e outubro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado,
segundo a corretora on-line Minuto Seguros. Apesar de ainda só 14% dos
domicílios brasileiros estarem cobertos por esse serviço, essa indústria
arrecadou R$ 2,4 bilhões entre janeiro e setembro de 2020, 2,8% a mais do que
no mesmo período do ano passado, segundo a Federação Nacional de Seguros Gerais
(FenSeg).
Tanto seguradoras quanto entidades de defesa do consumidor e
planejadores financeiros recomendam ter seguro residencial. O produto pode ser
um aliado do planejamento financeiro, já que poucas pessoas têm reserva
financeira suficiente para restabelecer rapidamente suas necessidades se
acontecer um imprevisto em casa.
Especialistas afirmam que o serviço é muito barato em
relação ao seu benefício. Às vezes, uma única visita de um chaveiro ou
eletricista, por exemplo, pode custar o mesmo valor da apólice inteira. Isso
sem falar em um evento mais grave, como um incêndio ou um raio. Já pensou
quanto você gastaria para repor o que tem dentro de casa e para reformar o
imóvel? Muito, certamente.
O seguro residencial pode ser contratado pelo proprietário
que mora no imóvel, pelo dono que não reside, mas aluga, ou por quem é somente
inquilino. O serviço pode cobrir o valor do imóvel, tudo que tem dentro dele ou
os dois. Se você mora em um condomínio que já tem seguro, só precisa contratar
coberturas para danos ocorridos dentro da casa ou apartamento, como móveis e
eletrodomésticos.
A cobertura básica do seguro residencial é de incêndio, raio
e explosão, mas há inúmeras coberturas adicionais, como de alagamento, furto e
roubo e vendaval. Há ainda diversas assistências 24 horas que podem estar
incluídas, como reparos de eletrodomésticos ou atendimento de emergência a
bichos de estimação.
Entre as coberturas adicionais, o professor José Varanda,
coordenador de cursos de graduação da Escola Nacional de Seguros (ENS)
recomenda contratar responsabilidade civil familiar, que cobre danos causados
por membros da família, empregados e animais domésticos, e também pagamento de
aluguel, que cobre a moradia em algum lugar se acontecer um acidente. Varanda
aconselha, ainda contratar a cobertura de ruptura de tubulações, que cobre
alagamentos no apartamento quando há um problema no prédio.
Faça um inventário de tudo que você tem em casa e uma lista
dos riscos que pode correr. Isso pode ajudar na tarefa de escolher as
coberturas necessárias e o valor das indenizações.
Seguros residenciais não têm carência, aquele período no
qual você não tem direito a ser ressarcido. Alguns têm franquia, a parte do
prejuízo que será paga por você caso ocorra algum acidente. A franquia reduz o
preço do seguro, mas pode aumentar seu gasto na hora do acidente. Leve isso em
conta também na hora de escolher o seguro.