Planos instituídos somam R$ 12 bilhões
O Valor Econômico relata que fundos de pensão como a Vivest (ex-Funcesp) apostam nos fundos instituídos - ligados associações de classe, sindicatos de trabalhadores e cooperativas para profissionais filiados e sem a figura do patrocinador - para continuar crescendo. Um dos ramos deste tipo que vem se consolidando são os planos voltados para familiares, foco, por exemplo, da Previ (Banco do Brasil).
Segundo
dados da Previc, regulador do setor, o patrimônio dos planos instituídos
cresceu de R$ 750,8 milhões ao fim de 2010 para mais de R$ 12 bilhões em junho
de 2020. Somente com relação aos planos família, a Abrapp, associação que
representa os fundos de pensão, estima que possa chegar a R$ 2 bilhões em cinco
anos. Além de já possuir o plano família, voltado para parentes de
participantes, a Vivest fechou um acordo com o Conselho Regional de Economia
(Corecon), de São Paulo, e pode atingir até 20 mil associados.
O
plano é inicialmente voltado para os associados em São Paulo, mas a ideia é
estendê-lo para outros Conselhos Regionais de Economia no Brasil, disse o
presidente da fundação, Walter Mendes. A ideia é atrair pelo menos 5 mil
participantes para este novo plano. “Também estamos conversando com outras entidades”,
disse Mendes. Para tornar o plano mais atrativo será possível fazer resgates de
20% do patrimônio a cada dois anos, a partir do terceiro ano de contribuição.
As
fundações precisam começar a entender que o fundo instituído é um produto e
exercer um papel comercial, segundo Taís Campos, que lidera a área de
distribuição institucional da XP. “É preciso tornar os produtos mais atrativos
para concorrer com outros produtos de previdência”, afirmou. Outra entidade que
se volta para os planos instituídos é a Fipecq Previdência, fundo de pensão
ligado a entidades como Ipea, CNPQ, Inpa, Inpe e Finep. A fundação montou um
plano para atender o Conselho Federal de Administração (CFA) que tem cerca de
400 mil associados, vinculados aos conselhos regionais de administração de todo
o país.
“Estamos
trabalhando nos primeiros 12 meses para colocar 4 a 5 mil pessoas para dentro
plano. Existe um timing natural de conhecimento e convencimento das pessoas”,
afirmou o diretor presidente da Fipecq Previdência, Claudio Munhoz. Na Vivest,
o plano para associados do Corecon será o segundo dentro do modelo instituído,
já que a fundação lançou um plano família há pouco mais de um ano e tem R$ 5
milhões de patrimônio.
Com a
pandemia do coronavírus, houve um impacto em novas adesões, mas a fundação vem
trabalhando para retomá-las, afirmou Mendes, presidente da entidade. O
coronavírus também afetou os planos de lançamento do plano família da Previ,
maior fundo de pensão do Brasil; mas, passado o pior momento da pandemia,
haverá uma nova campanha para atrair novos participantes, segundo o novo
diretor de seguridade da fundação, Wagner Nascimento.
“Não
houve uma campanha massiva de comunicação, mas a previsão de patrimônio já foi
superada”, disse Nascimento, diretor eleito pelos participantes, que tomou
posse no fim de agosto. Já são pouco mais de 1 mil inscritos e R$ 9 milhões sob
gestão, um número ainda ínfimo perto do patrimônio da Previ, que chega perto de
R$ 200 bilhões. O objetivo, segundo Nascimento, é ser mais flexível. Além de
poder fazer um plano de previdência para filhos e netos, o próprio participante
pode fazer outro plano.
“A
taxa de carregamento é zero e a taxa de administração é regressiva à medida que
o plano ganha escala”, disse Nascimento. O plano família vem sendo discutido na
fundação há quase dez anos, mas segundo ele não há a intenção, na Previ, de
criar outro planos com multipatrocínio, acrescentou.
Hoje
há 20 planos familiares, com patrimônio de R$ 206 milhões, segundo a Abrapp. Um
levantamento da associação apontou que 20% das entidades pesquisadas já
estruturaram esses planos e estão em fase de aprovação na Previc. Outros 42%
estão em aprovação interna ou planejamento