Arrecadação do setor soma R$ 26,6 bi em julho e volta a nível pré-pandemia
Os destaques foram os ramos prestamista, os planos de acumulação VGBL e os seguros de vida
Valor Econômico - 17 de Setembro de 2020O Valor Investe informa que a arrecadação do setor de seguro em julho cresce 14,3% ante o mês anterior, e já alcança o patamar pré-pandemia, com R$ 26,6 bilhões, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).
Com a alta de julho, o mercado segurador apresenta o
segundo crescimento dois dígitos seguido. Em junho, na comparação com maio, o
setor teve uma elevação de 32,9%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado,
julho apresentou expansão de 4,4%.
'Com esse resultado positivo, a arrecadação de prêmios
de seguros no mês colocou o setor em patamar equivalente ao período
imediatamente anterior à pandemia da Covid-19', afirma o presidente da
CNSeg, Marcio Coriolano. O total de prêmios emitidos pelas seguradoras no
sétimo mês do ano equivale aos R$ 26,7 bilhões de dezembro de 2019.
Segundo Coriolano, a retomada ainda permanece heterogênea
entre as modalidades e ramos de seguros. O aumento da demanda pelas chamadas
poupanças precaucionais na pandemia contribuiu para o avanço de 20,5% no
segmento de cobertura de pessoas.
Os destaques do segmento foram os ramos prestamista, os
planos de acumulação VGBL e os seguros de vida com altas de, respectivamente,
35%, 22,2% e 16,7%. O segmento auto apresentou um crescimento de 13,7%, que
reflete a retomada da venda de veículos.
O segmento de danos e responsabilidades cresceu menos,
perto de 2,5%, com destaque para os seguros de crédito e garantias (54,5%),
alavancado pela retomada de empréstimos e financiamentos; garantia estendida
(30,1%), devido ao aumento de vendas do comércio; e responsabilidade civil,
transportes - acompanhando o aumento do fluxo de veículos nas estradas.
No acumulado do ano, o setor ainda apresenta queda. A
receita de janeiro a julho recuou 2,1% comparada ao mesmo período de 2019.
A expectativa do mercado agora se volta para o desempenho
de agosto. Se repetir o volume de prêmios de julho (R$ 26,6 bilhões), a
previsão é que ocorra estabilidade na taxa anualizada, que pode atingir 4%.
Em relação à sinistralidade, no ano até julho, se comparado
a igual período do ano passado, houve redução de 6,4 pontos percentuais no
segmento de danos e responsabilidades, para 48,7%. A queda foi reflexo da
redução de acidentes e roubos no ramo de automóveis.
No segmento vida, a sinistralidade subiu 1,4 ponto para
27,5%, dado o aumento dos óbitos e situações de invalidez e doenças.
A previdência privada consolidou uma fase de normalização
na captação líquida após o aumento de saques no período mais crítico da crise
da pandemia. Os VGBLs, principal produto do segmento, apresentaram captação
líquida positiva em julho, com o melhor resultado desde dezembro de 2016, de R$
6,7 bilhões. Trata-se de uma alta de 7,4% em relação a julho de 2019.