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Plano de saúde empresarial com coparticipação cresce na pandemia

Medida foi adotada por 44% das empresas que alteraram seus contratos nesse período, de olho na redução de custos.

O Globo - 14 de Setembro de 2020
Este ano, a pandemia freou as mudanças nos contratos de assistência médica das empresas. Apenas 13% implementaram alterações, de janeiro a julho. Outros 8% pretendem fazer mudanças nos próximos seis ou 12 meses. Cenário bem diferente do registrado de janeiro a junho de 2019, quando 94% das companhias fizeram modificações na assistência médica de seus empregados.

Nesse período de pandemia, no entanto, foi reforçada a tendência de cobrança de coparticipação dos empregados isto é, o pagamento de um percentual do valor do procedimento pelo usuário. A medida passou a ser adotada por 44% das empresas que alteraram seus contratos nesse período, de olho na redução de custos.

Os dados são de uma pesquisa da Mercer Marsh Benefícios, com 324 empresas, sendo 78% com mais de três mil funcionários. O levantamento também mostra que o distanciamento exigido pelo coronavírus acelerou a adoção de serviços ligados à tecnologia. De janeiro a julho, 54% das empresas adotaram a telemedicina, 40% passaram a oferecer terapia on-line e 61% disponibilizaram atividades físicas a distância.

Esses novos benefícios devem se manter após a pandemia, pois ampliam o acesso do empregado ao serviço, reduzem custo e facilitam a gestão de saúde explica Mariana Dias Lucon, diretora de Produtos e Consultoria da Mercer Marsh Benefícios.

Segundo Jean Schulz, sócio-fundador da Mobile Saúde, que desenvolve tecnologias para telemedicina e autoatendimento para cem planos de saúde, com 7,5 milhões de usuários, houve um aumento de 150% na demanda das empresas por sistemas on-line e de teleconsulta no primeiro semestre:

'No primeiro mês da pandemia, foram feitos 600 atendimentos via telemedicina. Em agosto, foram 20 mil. A pandemia deu o empurrão que faltava para a adoção dessa tecnologia'.

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os números de atendimentos por telemedicina ainda não são significativos: de abril a junho, foram feitas 16 milhões de consultas médicas. Deste total, 59 mil a distância.

'A telemedicina ainda está engatinhando, mas é muito difícil quando damos um passo à frente em direção à tecnologia voltar para trás. Mas esse serviço tem que ser visto como mais uma opção, não uma substituição', diz César Serra, diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, que acrescenta: 'As inovações sempre começam pelos planos empresariais e acabam se disseminando por outros tipos de contrato'.