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Marcio Coriolano pontua cinco temas prioritários para a saúde suplementar

Sonho Seguro - 31 de Julho de 2020

O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano, foi um dos debatedores do Webinar “Impacto da Pandemia no Cenário Econômico”, organizado pela Rede D’Or. O encontro virtual aconteceu ontem, dia 29, com a participação de representantes de instituições médicas e economistas.

Um ponto comum entre todos é a urgência em se repensar o pais num momento tão complicado do mundo. “As grandes batalhas e conquistas vão acontecer dentro do país. Todos temos de se preparar, pois o Brasil já estava na UTI quando foi atingido pelo coronavírus. Sobreviver agora é estar pronto para as oportunidades”, disse Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central do Brasil e sócio fundador da Gávea Investimentos em sua palestra ‘O que esperar do cenário econômico para os próximos meses”. Investir em saúde, infraestrutura, reforma política e tributárias foram algumas das urgentes prioridades citadas por Fraga para que o Brasil consiga vencer as feridas causadas por uma década sem crescimento continuado.

Coriolano reforçou a urgência das reformas estruturais e acrescentou as que precisam acontecer na saúde suplementar, que vinham num ritmo acelerado de crescimento por atender aos desejos da população. Em sua fala, Coriolano afirmou que não acredita num novo normal mágico. “Acredito que temos de voltar a equacionar o que deveria ter sido normal na última década”, pontuou.

Segundo dados apresentados por ele, nos últimos 12 anos a saúde suplementar acumulou arrecadação de R$ 1,58 trilhão. “Nesses 12 anos, a arrecadação dobrou em termos reais. Como a taxa de sinistralidade média é de 83%, foram R$ 1,31 trilhão que irrigaram a cadeia de atenção à saúde privada – hospitais, laboratórios, médicos, indústria de medicamentos-, permitindo que atualmente seja um segmento pujante e de alta tecnologia e qualidade.”

No entanto, desde 2014, as operadoras de planos de saúde vêm perdendo clientes por conta do desemprego. Dados apresentados por Denizar Vianna, ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde em sua palestra “Como será o mercado da saúde suplementar no pós-pandemia?”, revelam perdas financeiras significativas com o maior uso de tecnologia e procedimentos por parte dos usuários.

Desde 2016, o número de beneficiários atendidos, segue na casa dos 47 milhões. “A previsão agora é aumento do desemprego e as operadoras vão perder clientes com vínculo empregatício se essa projeção se confirmar. E se as operadoras perdem, toda a cadeia perde, pois hospitais e laboratórios têm boa parte das suas receitas proveniente dos planos de saúde”, enfatizou Vianna.

Os trabalhadores informais são citados como um dos desafios do setor. “Em fevereiro deste ano, foram contabilizados 38 milhões de trabalhadores informais, que tem capacidade de pagar o plano de saúde, mas não estão organizados para ter acesso ao sistema de saúde suplementar. “Só os trabalhadores que usam aplicativos são 4 milhões. Eles poderiam ser foco da saúde pelo coletivo por adesão. Mas qual o tíquete médio? Em 2019, era de R$ 338. E esse valor não da para trazer o mercado informal para a saúde suplementar. Precisamos discutir o que é necessário em mudança regulatória, tanto as que dependem do Congresso como aquelas que podem ser realizadas pelo órgão regulador, para dar mais acesso a população à saúde suplementar”, pontou Vianna.

Coriolano frisou que a retomada do crescimento dependerá do comportamento do produto, da renda e do emprego. “Os planos empresariais dependem crucialmente do emprego e os planos por adesão da renda Além disso, precisamos retomar discussões importantes que estavam na pauta do setor e ficaram em segundo plano com a pandemia do Covid-19”, enfatizou.

Marcio Coriolano se referiu a cinco importantes temas: racionalidade da incorporação tecnológica; prioridade para a atenção primaria da saúde; prioridade para a promoção e prevenção da saúde; mudança do modelo de remuneração dos serviços médicos; e revisão do marco legal da Lei 9.656. “Sou otimista como todo segurador, já que nossa missão é dar proteção de longo prazo. Afinal, nos comprometemos em gerenciamento de riscos. Temos um desafio enorme de dar sustentabilidade para a saúde suplementar. Ela mostrou as suas soluções neste momento grave de pandemia. E o nosso sistema privado tem todas as condições de sair mais fortalecido se todos esses tópicos forem debatidos e implementados”.