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Victoria Werneck: podemos olhar para 2021 com certo otimismo

Sonho Seguro - 24 de Julho de 2020
A live da Icatu Seguros desta quinta-feira, 23, contou com a participação da economista-chefe da seguradora, Victoria Werneck, trazendo sua análise mensal do cenário econômico e um panorama futuro. Apesar da realidade de incertezas e uma lenta recuperação econômica, levando em conta que o mundo ainda está lidando com a pandemia, a sensação é de que podemos olhar para 2021 com certo otimismo, porém considerando muitos desafios. 

No contexto internacional, a previsão de crescimento do PIB para 2020 melhorou em alguns países. Nos Estados Unidos, enquanto no último mês a projeção indicava queda de 8%, agora o número é de -5,3%. Já para a China, há um crescimento projetado de 1,4%. Para o ano que vem, o FMI apresentou perspectivas mais positivas para todos os mercados, com um aumento de 5,4% no PIB global e de 5,9% nas economias emergentes. Victoria afirma que, embora seja difícil falar de crescimento para 2020, para o próximo ano o cenário já se mostra mais animador.  

Dúvidas relacionadas aos desdobramentos da reabertura econômica e possíveis novos períodos de lockdownainda permanecem, mas no Brasil alguns indicadores também apresentaram melhora. Em maio já foi possível notar a retomada da produção industrial, mesmo que em partes. Nos cinco primeiros meses de 2020, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC –BR) caiu 5,75% em relação ao mesmo período de 2019. Em abril, a atividade econômica despencou 15% em relação a fevereiro, quando ainda não havia pandemia no país. Em maio ela subiu 1,3% em relação a abril, um sinal que a recuperação está acontecendo, mesmo que lentamente. 

Outro indicador importante que apresentou crescimento foi o Índice de Confiança do Empresário Industrial. Enquanto nos meses de abril e maio ele estava perto dos 35 pontos, em junho passou para 41 pontos. Já as vendas do comércio varejista apresentaram um aumento de 13% em maio. “O mês de abril foi, até o momento, o de pior desempenho em todos os setores. Olhando para trás podemos ter a sensação de que o pior já passou, embora ainda tenha muito trabalho a ser feito”, avalia Victoria. 

Muito afetado pela crise, o setor de serviços não sinalizou crescimento, porém já deixou a tendência negativa que apresentava até maio. Para a economista, um dos maiores desafios do Brasil atualmente, e também para o próximo ano, é o aumento da taxa de desemprego, que atingiu 12,9% em maio. “O auxílio emergencial foi importante para manter a renda dos trabalhadores nesses últimos meses, mas a tendência é que a taxa de desemprego ainda cresça. Mais pessoas precisarão do auxílio e por mais tempo. Será preciso considerar um novo programa de ajuda, que também representa um aumento do déficit primário. Esse é um dos maiores desafios que o país terá pela frente”, afirma.