Pandemia afeta de maneira limitada setor de seguros no Brasil, diz UBS
O Valor
Econômico informa que o setor de seguros no Brasil tem sentido efeitos
limitados da pandemia de coronavírus até o momento. Segundo o UBS, as
companhias listadas do setor 'quase não têm exposição a
cancelamentos'. O banco suíço calcula que houve uma contração anual de 29%
nos prêmios subscritos de BB Seguridade, Porto Seguro e SulAmérica em abril,
para R$ 13 bilhões, e um recuo de 3% no mês anterior na mesma base.
Em quatro meses de 2020, há um recuo de 1,8% nos prêmios
subscritos. Os planos de previdência privada foram ainda mais afetados, com
queda de 51% para receitas de VGBL em abril ante o mesmo mês de 2019 e retração
de 15% em março.
No caso do seguro de vida, houve diminuição anual de 11% em
abril, mas subida de 16,9% em março. Os prêmios subscritos de auto, por sua
vez, tiveram recuo de 16% no mês passado na comparação com o mesmo período de
2019, mas também registraram um aumento de 2,7% em março.
A taxa de perdas do setor como um todo caiu de 49,9% em
abril de 2019 para 41,7% este ano, devido à melhora da sinistralidade no
segmento auto, que apresentou taxa de perdas de 44,4% no mês passado, ante
62,8% em abril de 2019. O UBS mantém as ações da BB Seguridade em recomendação
de 'compra', enquanto deixa Porto Seguro e SulAmérica em
'neutro'.
Os analistas do banco suíço consideram o braço de seguros,
previdência privada e capitalização do Banco do Brasil como mais resiliente em
relação à crise e classificam o papel da companhia como defensivo dentro do
setor. O banco projeta um preço-alvo em 12 meses de R$ 32 para a ação ordinária
de BB Seguridade. Calcula preço-alvo da ON de Porto Seguro em R$ 45 e da unit
de SulAmérica em R$ 62.
'A deterioração do cenário macro, resultando em menor
renda disponível, deve pressionar os prêmios de seguros e a captação da
previdência privada. Nós podemos ver um aumento de demanda por seguros de vida
e saúde em um certo ponto, entretanto os pedidos de indenizações em ambos os
segmentos devem subir. Por outro lado, o segmento auto deve se beneficiar com a
queda dos sinistros devido à circulação limitada.'