A resposta rápida da saúde suplementar
Operadoras de planos de saúde, integradas ao SUS e à ANS, estão na linha de frente do combate à COVID-19
Sindseg SP - 06 de Abril de 2020Em uma das piores crises sanitárias da história, o segmento de saúde suplementar no Brasil respondeu rápido e, integrado ao SUS e à Agência Nacional de Saúde (ANS), está atuando decisivamente para atenuar o impacto da epidemia de COVID-19 na população.
Além da estrutura responsável pelo atendimento de mais de 47
milhões de beneficiários, que conta com mais de 163 mil leitos e 160 mil
médicos, o segmento entrou com toda a expertise em boas práticas e modelos mais
eficientes de gestão e com os canais de comunicação próprios no esforço
coletivo de combate à doença.
Mas o mais importante para o resultado até agora foi que as
operadoras anteciparam o tamanho do desafio e se posicionaram imediatamente
para cumprir o compromisso assumido com os clientes e a sociedade.
No dia 10 de março, com “apenas” 34 casos confirmados e
ainda sem registro de mortes, as operadoras se reuniram com a ANS para
oficializar a inclusão do exame para a doença no rol de procedimentos
obrigatórios. Na ocasião, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde)
afirmou que o segmento já estava preparado para a incorporação do teste.
“Manifestamos compromisso de atuar tanto nos tratamentos de
pacientes diagnosticados, conforme já vem acontecendo em casos em que há
cobertura, quanto nos testes laboratoriais para detecção do vírus”, afirmou
Vera Valente, diretora executiva da Federação.
Antes disso, porém, já era possível observar “operadoras
arcando com o custo” do exame mesmo sem a obrigação contratual, como registrou
reportagem do Globo.
“É o caso da Bradesco Saúde que comunicou a rede hospitalar credenciada, na
semana passada, que arcaria com o custo”, destacou a reportagem.
Ainda em fevereiro, a Amil informou à revista Apólice
que suas unidades hospitalares já estavam “orientadas quanto ao fluxo de
notificação de casos suspeitos às secretarias de saúde e suas equipes receberam
treinamento sobre como identificar, isolar e tratar casos suspeitos”.
Desde o início, as operadora utilizaram todos os canais de
comunicação para incentivar medidas preventivas e a FenaSaúde, junto com a Confederação
Nacional das Seguradoras (CNseg), de pronto assinou um manifesto
concordando que “as medidas de isolamento social fortemente recomendadas pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e pelas autoridades sanitárias de nosso país (...) são
as únicas atitudes, até o momento, capazes de conter a evolução da doença”.
Com a evolução da emergência, o segmento colaborou para a
adoção de novas práticas e ajustes pontuais que tornaram a assistência mais
eficiente. Incentivados por ações de sucesso realizadas por SulAmérica e Omint,
por exemplo, que expandiram o acesso a orientações médicas por videoconferência
e telefone, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou e a ANS regulamentou
a utilização da telemedicina, um pleito antigo das operadoras.
Reportagem do Estadão
registrou que, depois disso, a demanda pelo serviço aumentou em até sete vezes e
que a “modalidade evita sobrecarga de hospitais e reduz risco de infecção pela
covid entre pacientes”.
Com base na estimativa do crescimento da demanda por
atendimento, as empresas apoiaram a ANS em medida que pretendeu garantir o
máximo de recursos para o atendimento da emergência e ampliou excepcionalmente
os prazos para a realização dos procedimentos sem caráter emergencial e não
relacionados com a covid-19.
Aos clientes, a FenaSaúde informou que “não serão
prejudicados (...) na medida em que ficam ressalvados tratamentos de urgência e
emergência, assim como mantidos os prazos para casos em que os tratamentos não
podem ser interrompidos ou adiados”. E completou: “Consideramos a medida
acertada, ainda que insuficiente, para que as operadoras de planos de saúde
direcionem seus recursos financeiros, físicos e humanos para o enfrentamento da
pandemia”.
Do ponto de vista econômico, a Federação alertou que “é
preciso estar muito atento e consciente da necessidade de resguardar a robustez
do sistema de saúde suplementar, e, dessa forma, também evitar fragilização
maior do sistema de saúde brasileiro como um todo diante do agravamento da
pandemia”.
Solícita, a ANS autorizou o adiamento da constituição de
reservas para ressarcimento ao SUS e do PEONA, além da antecipação do
congelamento da margem de solvência. Com isso, as empresas terão uma folga no
caixa para fazer frente aos gastos, que realmente são altos.
Em 2018, os planos de saúde pagaram R$ 160 bilhões em
despesas assistenciais dos beneficiários. Este ano já foram aproximadamente R$
44 bilhões e, por causa da emergência, o número deve explodir nos próximos
meses. Ainda assim, o analista do Credit Suisse, Maurício Cepeda, concluiu, de
acordo com o Valor
Econômico, que as grandes operadoras
“têm liquidez para arcar com os custos”.
Tão certo quanto vamos superar essa crise é que a saúde
suplementar vai cumprir seu compromisso com os clientes e a sociedade até o
final.