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Lucro da Icatu em 2019 sobe 18% para R$ 320 mi

Valor Econômico - 11 de Março de 2020

Mesmo com desempenho recorde em 2019, a Icatu Seguros quer manter o ritmo de crescimento neste ano, afirma o presidente da seguradora Luciano Snel ao Valor Econômico. O executivo evita divulgar um número, mas assegura que as perspectivas apontam para um crescimento de dois dígitos e, potencialmente, acima da média do mercado em 2020. No ano passado, a Icatu registrou um aumento anual de 41% na arrecadação - que inclui prêmios emitidos, captação de previdência, capitalização e taxas de gestão, entre outros - para R$ 17,7 bilhões. O lucro líquido também foi recorde, de R$ 319,8 milhões, alta de 18% na comparação com 2018. A companhia ressalta ter registrado expansão em todas as linhas de negócio e encerrado o período com patrimônio líquido de R$ 1,3 bilhão.

Pelo segundo ano consecutivo, a Icatu liderou o ranking de portabilidade de planos de previdência aberta, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) analisados pela consultoria Siscorp, com recebimento de R$ 7,4 bilhões provenientes da migração de recursos de clientes de outras casas. A cifra representa um aumento de 49% em relação ao ano passado. A captação líquida dos fundos de previdência alcançou R$ 10,4 bilhões, um crescimento de 59% em relação ao ano anterior. Com isso, a participação de mercado da Icatu no segmento subiu para 18%. As reservas dos planos PGBL e VGBL bateram a marca de R$ 39,1 bilhões, expansão de 52%.

A plataforma aberta da Icatu conta com mais de 280 fundos de 83 gestores. Do total, 41 novos portfólios foram lançados em 2019. Snel afirma que a empresa vai manter o ritmo de expansão do canal digital. “Após a reforma da Previdência, temos sido constantemente procurados por gestoras novas que querem firmar parcerias e entender o segmento de fundos que recebem recursos de planos PGBL e VGBL”, diz.

No segmento de seguros de vida, a Icatu registrou R$ 2,2 bilhões em prêmios emitidos, um aumento de 17% em relação a 2018. No ano passado, uma das estratégias para a expansão foi o lançamento de produtos voltados para pequenas e médias empresas e outro inspirado no “universal life”, que representa 44% do mercado nos Estados Unidos. Trata-se de um modelo híbrido no qual parte do valor recolhido do beneficiário se destina às coberturas (prêmio) e o restante a um plano de acumulação. No ano passado, a Icatu se consolidou na quinta posição entre as maiores empresas de capitalização no país.

A subida no ranking teve ajuda da aquisição da carteira da SulAmérica e do aumento de participação na Caixa Cap, de 24,5% para 49%. O negócio conjunto - a compra da carteira incluiu a participação da SulAmérica na Caixa Cap - foi fechado em julho de 2019 por até R$ 183 milhões e recebeu aval do Cade em janeiro deste ano. O segmento de capitalização atingiu R$ 1,3 bilhão em faturamento e distribuiu R$ 78,4 milhões em sorteios.

Em 2020, com a conclusão da compra, as receitas podem subir para R$ 2 bilhões. Com as recentes negociações, explica Snel, a empresa amplia a participação no mercado de garantia locatícia, que é feita por meio de um título de capitalização, e passa a comercializar o produtos em uma rede com 27 mil pontos de venda.

Na área dedicada à gestão terceirizada de recursos para atender fundos de pensão, o patrimônio administrado pela Icatu Fundos de Pensão somou R$ 3,6 bilhões. A casa é responsável pela gestão de cinco planos instituídos (fundos setoriais) e 39 planos do fundo Icatu Multipatrocinado, com 95 patrocinadoras e mais de 87 mil participantes. “Somos uma empresa muito focada em parcerias”, afirma o CEO da seguradora.

De acordo com Snel, algumas dessas associações vão começar a gerar resultados a partir deste ano, o que vai ajudar a sustentar o ritmo de crescimento do grupo. O executivo-chefe da Icatu cita o acordo com o Banco do Nordeste como exemplo. “Neste mês vencemos concorrência do BNB para os próximos 20 anos” para os principais ramos do grupo, diz. O acerto prevê a exclusividade de distribuição de produtos de vida e previdência nos canais físico e digital da instituição.

As perspectivas são positivas também para o carro-chefe do grupo o segmento de previdência aberta. “A reforma da previdência trouxe para o Brasil uma conscientização com relação ao tema. Hoje é comum as pessoas discutirem com seus familiares como se preparar para a aposentadoria no longo prazo.” Essa atenção maior ao planejamento do futuro, aponta Snel, ajuda a ampliar a demanda por produtos como PGBL e VGBL. Um dos pilares estratégicos, afirma o CEO, é a digitalização e o foco na jornada dos clientes, que hoje somam mais de 6,5 milhões.

Em 2019, a Icatu investiu mais de R$ 116 milhões em tecnologia. Segundo o executivo, entre as inovações, o grupo desenvolveu um portal de APIs, sigla que batiza os protocolos que permitem acesso aos sistemas das seguradoras e insurtechs. Conforme Snel, trata-se de um ecossistema aberto utilizado por corretoras digitais e fintechs no desenvolvimento de novas soluções.