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‘Seguro vive mudança que consumo teve há dez anos’

Presidente da Prudential no Brasil, David Legher, diz que insurtechs vão ajudar o mercado

Valor Econômico - 23 de Janeiro de 2020

O mercado segurador passa atualmente por transformações vivenciadas pelo setor de consumo há dez anos, com foco no cliente, na visão do presidente da seguradora Prudential no Brasil, David Legher. Ele assumiu o posto no ano passado depois de uma carreira de 17 anos na Avon. Apesar das rápidas mudanças impostas com o surgimento de novos participantes do setor de seguros, não se pode perseguir a “inovação pela inovação”, disse em entrevista ao Valor. 

As empresas de consumo massivo procuram ter um conhecimento profundo e se focam nas necessidades do consumidor. “O mercado de consumo é muito concorrido e os investimentos são elevados. Você briga pelo centavo e pelo último ‘share’ do mercado. E o mercado segurador é igualmente grande e competitivo, mas está em evolução”, compara. 

Para Legher, as insurtechs - como são chamadas as startups que atuam no ramo de seguros - vão ajudar o mercado como um todo a ser mais eficiente, moderno e a melhorar o atendimento aos clientes. “No mundo do consumo isso chegou há dez anos e fez com que todo mundo repensasse os seus processos, produtos e valores agregados. No mundo segurador, está chegando agora”. Essas startups podem atuar como concorrentes, fornecedoras e parceiras da Prudential, e eventualmente serem compradas, diz Legher. 

Já o sandbox regulatório, tema que está em discussão na Superintendência de Seguros Privados (Susep), pode eventualmente ser utilizado por unidades de negócios da Prudential. Há oito meses a empresa criou um laboratório para “fazer coisas diferentes do ponto de vista tecnológico”, segundo Legher. “Essa nossa incubadora provavelmente experimentará o sandbox regulatório”, afirma. 

Apesar de afirmar que não se pode fazer a “inovação pela inovação”, Legher afirma que a Prudential é reconhecida em todo o mundo por levar novidades para o mercado e que surgirão iniciativas “diferenciadas” nos próximos anos. O passo adiante, segundo ele, será agregar serviços para melhorar a qualidade de vida dos segurados. No fim do dia, também significa reduzir a taxa de mortalidade dos clientes. 

“Nos Estados Unidos, a Prudential vem trabalhando bastante no chamado ‘financial wellness’ [bem-estar financeiro] e estamos olhando como seria implementado no Brasil. Não queremos que a pessoa compre um seguro e o relacionamento seja apenas cobrando o prêmio ou pagando benefícios”, afirma. Seguros residenciais, por exemplo, incluem serviços adicionais como eletricista, bombeiro hidráulico ou chaveiro. 

No caso de seguro de vida, o conceito de melhorar a qualidade de vida das pessoas é algo mais “holístico”, conta. “Ou seja, que as pessoas realmente tenham uma consciência, para melhorar comportamentos. Fazer esportes e ter uma alimentação saudável são componentes-chaves e se correlacionam com a saúde e a mortalidade das pessoas”.